Política

Bolsonaro ganha com saída de Moro, mas rejeição é um entrave para a reeleição, diz cientista política

Pesquisas eleitorais mostram um crescimento do ex-capitão, mas Lula segue na liderança da corrida rumo à Presidência

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As pesquisas eleitorais divulgadas nesta quarta-feira 6 reafirmam a vantagem de Lula sobre Jair Bolsonaro, mas também sinalizam um pequeno avanço do ex-capitão, enquanto o petista mantém o patamar dos últimos levantamentos.

A nova rodada da pesquisa Ipespe mostrou Lula na liderança com 44% das intenções de voto, mesmo resultado que atingiu há duas semanas, e Bolsonaro com 30%, um crescimento de quatro pontos percentuais em comparação com a medição anterior.

Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no Youtube, a cientista política Carolina Botelho relacionou o crescimento de Bolsonaro à saída de Sergio Moro do pleito e avaliou que essa ‘migração’ já era esperada.

“Acredito que haja uma relação natural entre o eleitor que migra para Bolsonaro, ao perceber que a candidatura de Moro não vingou, até por uma proximidade de agenda, ideologia ou visão de mundo”, analisa a cientista política. Carolina Botelho entende que outras movimentações do presidente impulsionaram o resultado verificado pelas pesquisas.

“O deslocamento do orçamento publico em várias esferas e de diversas formas para municípios e possíveis aliados do presidente turbinou esse aumento”, acrescenta a pesquisadora, que também reconhece a alta rejeição de Bolsonaro como um entrave à sua reeleição. Trata-se, segundo Botelho, de uma visão muito negativa sobre a economia, “principalmente entre mulheres, jovens, moradores do Nordeste, grupos mais pobres e que sofrem com desemprego, falta de renda, saúde pública e escola para os filhos”.

Sobre a campanha petista, a cientista política afirma que o vice – provavelmente o ex-tucano Geraldo Alckmin – “vai compor um tipo de eleitorado pouco tradicional nos últimos anos no PT”. Assim, os números “tendem a aumentar à medida que ele traga ao eleitor memórias passadas de uma situação de vida melhor, especialmente aos grupos mais pobres, que têm sofrido bastante com a administração Bolsonaro”.

A reunião que oficializará a indicação de Alckmin como vice de Lula está marcada para esta sexta-feira 8.

Assista à integra da entrevista:

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