Política

Bolsonaro envia ao Congresso projeto de lei que amplia excludente de ilicitude

O projeto de lei visa afrouxar a punição para agentes de segurança pública por mortes em operações

Bolsonaro envia ao Congresso projeto de lei que amplia excludente de ilicitude
Bolsonaro envia ao Congresso projeto de lei que amplia excludente de ilicitude
O preFoto: EVARISTO SA / AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que amplia o chamado excludente de ilicitude – ou seja, afrouxa a punição para agentes de segurança pública por mortes em operações. Além disso, o chefe do Executivo propôs ao Parlamento o endurecimento de penas a crimes cometidos contra policiais durante o exercício da função.

A apresentação das propostas vem em ano eleitoral e no momento em que Bolsonaro busca selar a aliança com a categoria da segurança pública, que mostra insatisfação com o Executivo diante da falta de reajuste salarial.

A ampliação do excludente de licitude já foi buscada pelo governo durante a gestão do hoje pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) na pasta da Justiça, mas não prosperou.

“Pela proposta apresentada, em situação de flagrante, a autoridade policial deixa de efetuar a prisão se entender que o profissional de segurança pública praticou o fato amparado por qualquer excludente de ilicitude ou culpabilidade”, esclarece o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em nota, sobre o projeto apresentado hoje. “Atualmente, mesmo se tratando de uma ação legítima, o agente de segurança pública não tem amparo jurídico e, por consequência, pode ficar preso durante a fase investigativa”, acrescenta.

O projeto de lei do governo ainda prevê que agentes de segurança pública em detenção cumpram a pena em dependências isoladas dos demais presos.

Durante cerimônia nesta tarde, o presidente defendeu o excludente de ilicitude, uma antiga bandeira do bolsonarismo. “A vida dessas pessoas se decide em fração de segundos, é uma classe especial e a gente tem que ter consciência disso”, declarou o chefe do Executivo.

“As propostas de alteração legislativa que serão enviadas ao Congresso Nacional dizem respeito ao aperfeiçoamento da legislação penal para conceder maior amparo jurídico aos profissionais de segurança pública; dar maior efetividade no cumprimento de penas; tornar mais rigorosa a pena para determinados crimes; e sobre garantias mínimas às vítimas de crimes”, finaliza o Ministério da Justiça.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo