Política
Bolsonaro em prisão domiciliar: ‘Não durou nem 15 segundos’, diz Flávio sobre vídeo do pai em protesto
O senador cobrou do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), a abertura de um processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que ele e os advogados de Jair Bolsonaro (PL) não viram problema em publicar vídeos do ex-presidente se dirigindo a manifestantes na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no domingo 3. As imagens foram citadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ao decretar a prisão domiciliar de Jair, nesta segunda-feira 4.
Em entrevista à CNN Brasil, Flávio alegou que, por não ser parte do processo sobre a tentativa de golpe de Estado, “não tem restrição nenhuma” em relação ao conteúdo divulgado.
“Posso postar aquilo que eu quiser”, disse o parlamentar. “Já que o presidente (sic) Bolsonaro está fazendo uma saudação para as pessoas em Copacabana — e não durou nem 15 segundos a fala dele —, não vi problema nenhum. Assim como os advogados do Bolsonaro também não viram.”
Bolsonaro estava proibido de utilizar as redes sociais, veto que englobava transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer plataforma em contas de terceiros.
O registro de uma chamada de vídeo com o ex-presidente nos protestos chegou a ser apagado, mas não evitou a decisão de Moraes.
O senador afirmou que o ministro age por “vingança” contra o ex-capitão, especialmente após as sanções aplicadas pelos Estados Unidos.
“Não posso mais botar uma foto minha com meu pai? Um vídeo dele cozinhando um bolo aqui na cozinha? Uma foto dele com suas netas?”, perguntou Flávio. “Não tem absolutamente nada de descumprimento da decisão dele. Mas ele quer porque quer fazer o que está fazendo.”
Questionado sobre os próximos passos, o senador cobrou publicamente o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a abrir o processo de impeachment de Moraes.
Jair Bolsonaro já usava uma tornozeleira eletrônica desde 18 de julho, quando Moraes impôs medidas cautelares no âmbito das investigações que apuram a tentativa de interferência de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado e atualmente nos Estados Unidos, no processo contra o pai pela trama golpista de 2022.
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