Bolsonaro dobra a aposta em remédios ineficazes e diz que ‘fez sua parte’ em Manaus

Rodeado por apoiadores, o presidente voltou a desestimular, sem evidências, a vacinação contra a Covid-19

Foto: Reprodução

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O presidente Jair Bolsonaro comentou na manhã desta sexta-feira 15 o cenário dramático em Manaus, em meio à escassez de oxigênio nos hospitais e ao avanço da Covid-19. Segundo ele, o governo federal “fez sua parte”.

 

 

“As Forças Armadas mandaram para lá um hospital de campanha, o ministro da Saúde esteve lá na segunda-feira e providenciou oxigênio. Começou o tratamento precoce”, disse o presidente a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.

O tratamento precoce, sob a ótica bolsonarista, se baseia no uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.


“No meu prédio, mais de duzentas pessoas pegaram a Covid. Se trataram com cloroquina e ivermectina e ninguém foi para o hospital. Não tem efeito colateral”, declarou o presidente, sem indicar quaisquer fontes para justificar a alegação.

Em pronunciamento durante viagem a Manaus na última segunda-feira 11, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, comentou sobre a escassez de oxigênio nos hospitais da capital amazonense. Nas redes sociais, usuários reproduziram trechos do discurso e criticaram a postura fatalista do general.

“Estamos agora para salvar as vidas dos nossos familiares. Quando cheguei na minha casa ontem, estava a minha cunhada. O irmão não tinha oxigênio nem para passar o dia. Ah, acho que chega amanhã. O que você vai fazer? Nada. Você e todo mundo vai esperar chegar o oxigênio para ser distribuído”, afirmou o ministro na ocasião

Nesta sexta, Bolsonaro também voltou a desestimular o programa de imunização contra o novo coronavírus.

“Se depender de mim, não vai ser obrigatória. É uma vacina experimental, então a obrigatoriedade é uma irresponsabilidade”, declarou. “Graças a deus”, emendou um bolsonarista presente.

 

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