O presidente Jair Bolsonaro dobrou a aposta no enfrentamento a governadores e a todas as medidas de distanciamento social adotadas para conter o avanço da Covid-19. Na véspera, o Brasil bateu recorde de mortes pela doença em 24 horas, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde: 3.780. Ainda assim, Bolsonaro insiste em seu discurso da ‘volta ao trabalho’.
“Como sempre disse: tínhamos e temos dois inimigos, o vírus e o desemprego. Não é ficando em casa que vamos solucionar esse problema”, declarou o presidente nesta quarta-feira 31, em entrevista coletiva. “A população não apenas quer, mas precisa trabalhar. Nenhuma nação se sustenta por muito tempo com esse tipo de política”.
Bolsonaro voltou a direcionar seus ataques contra governadores que, diante do iminente ou já consolidado colapso na saúde, optam por medidas de restrição mais duras.
“O Brasil tem que voltar a trabalhar. Essa política de isolamento e medidas restritivas, com toque de recolher e supressão do direito de ir e vir, extrapola em muito até mesmo um estado de sítio. Permitam que o povo vá trabalhar”, acrescentou.
O presidente disse temer “problemas sociais gravíssimos no Brasil”, além de criticar os supostos efeitos negativos da prorrogação do auxílio emergencial – em valores bastante inferiores aos do benefício distribuído no ano passado, quando a situação da pandemia era menos dramática que a atual.
“É mais um endividamento da União. Não é dinheiro que estava no cofre. Pesa para todos nós”, afirmou Bolsonaro.” É uma conta que fica para nós e, talvez, para as gerações futuras”.
“O governo sabe que não pode continuar por muito tempo com esses auxílios, que podem desequilibrar nossa economia. O apelo que a gente faz é pra que essa política de lockdown seja revista. Só assim poderemos voltar à normalidade”.
O presidente encerrou a entrevista com a afirmação de que “temos que ser fortes, acreditar em Deus e buscar solução”.
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