Política

Bolsonaro diz que tem “serviço de informação particular” composto de policiais e militares

Em entrevista, Bolsonaro afirma que vídeo de reunião foi ‘mais um tiro na água’ que não prova as alegações de interferência na PF

O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/PR
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Em uma entrevista à Jovem Pan nesta sexta-feira 22, a primeira após a divulgação do vídeo da reunião interministerial do dia 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro negou novamente que pediu pela interferência na Polícia Federal, e afirmou que possui um “serviço de informações particular” melhor do que as áreas de inteligência do governo voltadas a isso.

“O que é o meu serviço de informação particular? É o sargento que tá no batalhão do Bope [Batalhão de Operações Especiais] do Rio de Janeiro, é o capitão que tá num grupo de artilharia lá em Fortaleza, é o policial civil que tá em Manaus, é o amigo dele, é um amigo meu que tá na reserva, esse é meu serviço de informação particular que funciona melhor do que esse que eu tenho oficialmente que não me traz informações! Essa é minha crítica!”, afirmou o presidente na entrevista.

Na reunião, o presidente esbraveja contra a área referente à inteligência e diz que eles são “uma vergonha”. “A questão estratégica, que não estamos tendo. E me desculpe, o serviço de informações nosso, todos, é uma … são uma vergonha, uma vergonha! Que eu não sou informado!”, disse Bolsonaro na reunião.

Ainda sobre o vídeo da reunião interministerial, Bolsonaro chegou a afirmar que a vida dele “acabou” no Brasil por conta de supostas ameaças de morte que receberia. “Minha vida acabou aqui no Brasil, acabou. E não é por causa desse vídeo. Eu não vou ter paz pra mais nada. Não falta a quantidade de pessoas que querem me executar aí… grupos poderosos, até grupos internacionais que não querem que o Brasil fosse pra frente.”, afirma, apesar de queixas formais de mais ameaças contra ele serem desconhecidas.

A conversa com o programa Pingo nos I’s também rendeu mais declarações de Bolsonaro contra as medidas de governadores e prefeitos para conterem a pandemia. Após ter trocado o ministro da Saúde pela segunda vez para aprovar uma regulação da cloroquina, o presidente afirmou que sabe que não existem provas de que o medicamento seja eficaz contra a covid-19, mas disse que não esperaria o setor científico e médico ter conclusões sobre o assunto.

“Quem acha que pode trocar liberdade por um pouco de segurança, não tem direito a nem liberdade, nem segurança”, disse. “Se fossemos esperar comprovação científica da água de coco na transfusão, teria morrido centenas de milhares de pessoas. Pode ser que daqui a dois alguns anos, se chegue a conclusão de que a cloroquina salvou um monte de gente. Eu não vou ter a consciência pesada. Pode se chegar na conclusão de que a cloroquina era um placebo, uma farinha de trigo. Pode. Mas, eu vou na ala militar agora: pior que a dor da derrota é a dor de não ter lutado. Era o que nós tínhamos”, afirmou.

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