Política
Bolsonaro diz que pautas LGBTs ‘destroem a família’ e insinua ‘promiscuidade’
Em entrevista à ‘Jovem Pan News’, o presidente disse que a entrada de Mendonça no STF dá ‘tranquilidade’ em pautas sobre ‘ideologia de gênero’
O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou ativistas LGBTQIA+ por defenderem bandeiras que seriam, segundo ele, usadas para “destruir a família”. A declaração ocorreu durante entrevista à emissora Jovem Pan News, exibida nesta segunda-feira 10.
“O pessoal que vai morar aí, dois homens, duas mulheres, a maioria deles não quer essa promiscuidade toda aí. Eles querem é trabalhar, cuidar da vida deles e ser feliz entre quatro paredes, não fica com esse ativismo ‘ó todo mundo tem aceitar isso daqui, botar na escola'”, disse Bolsonaro à comentarista cubana Zoe Martínez. “Isso tudo são pautas para desgastar. Uma das maneiras de você dominar o povo é você destruir a família com essas pautas.”
O presidente da República também celebrou que processos voltados à questões de gênero e sexualidade sejam julgadas pelo “terrivelmente evangélico” André Mendonça, empossado em dezembro como ministro do Supremo Tribunal Federal graças à indicação do chefe do Planalto.
Um dos processos em que o novo magistrado deve ter posição decisiva trata da possibilidade de que pessoas trans detentas possam cumprir a pena em celas de acordo com a sua identidade de gênero.
“As pautas voltadas para a ideologia de gênero caíram com o André Mendonça. Então, é uma tranquilidade para a família tradicional”, afirmou.
Em sabatina no Senado, Mendonça havia chamado de “covarde” o destrato contra as mulheres e afirmado que a discriminação contra LGBTs é “inconcebível”, sendo favorável, inclusive, ao direito de gays a se casarem. A sua fala, porém, foi classificada como “cama de gato” pelo líder evangélico Silas Malafaia. No entendimento do pastor, a declaração foi uma “saída espetacular” para a “pressão bárbara” sofrida pelo Congresso em relação ao tema.
Mendonça, que entrou na vaga do ministro Marco Aurélio Mello, deve tomar as suas primeiras decisões como magistrado do STF a partir de 31 de janeiro, prazo em que se esgota o recesso do Judiciário.
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