Bolsonaro diz que “não vê erro” em quase um ano de governo

Em entrevista, Bolsonaro também comentou que não vê 'nada demais' em declaração sobre AI-5 por parte de Guedes e Eduardo

(Foto: Alan Santos/PR)

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à Record TV na segunda-feira 03, que “não vê erro” do governo ao longo do quase um ano de atuação. Em contrapartida,  maior acerto foi a escolha dos ministros, que, segundo ele, seguiu um “critério técnico”.

“Eles estão dando a resposta”, respondeu sobre os ministros. Na mesma entrevista, porém, Bolsonaro não quis se aprofundar em comentários sobre Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência da República e primeiro a cair em uma das crises encaradas pelo governo ao longo do ano. “Ele é carta fora do baralho. Ele teve toda a chance de ser um ministro leal ao Brasil… eu espero que ele esteja feliz ao lado do João Doria do PSDB em São Paulo”.

Desde o começo do ano, outros dois ministros de Bolsonaro também foram afastados de seus cargos após desavenças com o governo – ou com a produtividade, como é o caso de Ricardo Vélez, ex-ministro da Educação. No lugar dele, assumiu o professor Abraham Weintraub.

O general Santos Cruz, que estava à frente da Secretaria de Governo, também caiu em junho após desavenças com a ala seguidora de Olavo de Carvalho, e foi substituído pelo general Luiz Eduardo Ramos.

Na entrevista, o presidente também diz que não vê ‘nada demais’ em relação às recentes falas de Paulo Guedes, ministro da Economia, e Eduardo Bolsonaro, deputado federal e seu filho, em relação à menções ao AI-5, ato da ditadura que fechou o Congresso Nacional e restringiu direitos políticos.


“Eu entendo isso como liberdade de expressão”, disse o presidente. “O fato de citar o AI-5, coisa que existia na questão passada, não foi nada demais. O Paulo Guedes e o Eduardo foram num contexto de descambar o Brasil aqui, não pra movimentos sociais, para para algo parecido como terrorismo, como acontece no Chile. Podia ter outra expressão. Mas não vejo o porquê de tanta pressão em cima dos dois”.

Eduardo cogitou, em entrevista à jornalista Leda Nagle no dia 04 de novembro, a criação de um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5) caso a esquerda se “radicalizasse” aos moldes dos protestos do Chile, argumentou. Semanas depois, Guedes declarou que as pessoas não deveriam se assustar “se alguém pedir o AI-5” se os protestos contra o governo tomassem forma pelo Brasil. “Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente?”, disse.

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