O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira 1, que não comparecerá à cerimônia de posse do presidente eleito na Argentina, Alberto Fernández. Em Brasília, Bolsonaro disse que não fará represálias ao novo chefe de Estado do país vizinho e que espera que os dois governos mantenham parcerias econômicas.
“Torci pelo outro candidato, mas, já que ganhou, vamos em frente. Da minha parte não tem qualquer retaliação para o governo da Argentina e espero que eles continuem a fazer uma política conosco, semelhante à que Macri fez até o momento”, declarou. Perguntado se deve ir à posse de Fernández, respondeu: “Não vou falar se devo ou não devo. Não vou”.
Alberto Fernández e sua vice, a ex-presidente Cristina Kirchner, foram vitoriosos nas eleições argentinas realizadas no domingo 27. Desde então, Bolsonaro disparou críticas ao recém-eleito presidente, como na segunda-feira 28, em que acusou Fernández de afrontar o sistema judiciário brasileiro por apoiar a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente brasileiro também rompeu com a tradição diplomática entre os dois países e não cumprimentou o vizinho eleito. Durante visita a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, Bolsonaro afirmou que “a Argentina escolheu mal” ao alçar o peronista à Casa Rosada.
Em 12 de agosto, durante visita ao Rio Grande do Sul, Bolsonaro chegou a dizer que, se Fernández fosse eleito, argentinos fugiriam para o Brasil. Dois dias depois, em discurso no Piauí, o presidente brasileiro chamou Fernández e Cristina de “bandidos de esquerda”.
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