Política

Bolsonaro divulga informação falsa para dizer que militares podem fechar seção eleitoral

Ao contrário do que alegou o ex-capitão, o TSE não considera impedir o voto de eleitores que vestirão camisa da seleção brasileira

Bolsonaro divulga informação falsa para dizer que militares podem fechar seção eleitoral
Bolsonaro divulga informação falsa para dizer que militares podem fechar seção eleitoral
O presidente Jair Bolsonaro em campanha pela reeleição. Foto: Douglas Magno/AFP
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) mencionou nesta quarta-feira 28 uma notícia falsa para alegar que as Forças Armadas poderiam fechar seções eleitorais na votação do próximo domingo 2.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o ex-capitão mencionou a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral, sob a presidência de Alexandre de Moraes, impedir a entrada de eleitores com a camisa da seleção brasileira de futebol. A medida, porém, jamais foi considerada pela Corte.

No âmbito da Comissão de Transparência das Eleições, uma pessoa chegou a defender o veto ao uso da camisa da seleção por mesários, não por eleitores. Na terça 27, porém, Moraes disse a jornalistas que não estuda barrar o uso da camisa da seleção por mesários.

“Como é que é, Alexandre de Moraes? Proibido usar camisa da seleção? É interferência demais. Está com medo de quê? De ter um mar de verde e amarelo? Você está preocupado com um mar de verde e amarelo votando e aparecer o nome do Lula ganhando. É isso, TSE? É isso, TSE?”, questionou Bolsonaro na live após ler a manchete da notícia fraudulenta.

Na sequência, ele convidou “todos a voluntariamente votar com a camisa verde e amarela” e afirmou que “o que as Forças Armadas puderem garantir [a] vocês de votarem com a camisa verde e amarela, vai ser garantido”.

“Eu vou determinar às Forças Armadas, que vão participar da segurança: qualquer seção eleitoral em que for proibido entrar com a camisa verde e amarela, não vai ter eleição naquela seção. Ou estamos na democracia ou estamos no Estado do Alexandre de Moraes”, completou Bolsonaro.

Na resolução nº 23.610, de 18 de dezembro de 2019, o TSE determinou que, no dia da eleição, o eleitor poderá revelar a sua preferência por um candidato.

“A manifestação deve ser silenciosa por meio do uso de bandeiras, broches, dísticos, adesivos, camisetas e outros adornos semelhantes. A norma proíbe a aglomeração de pessoas com vestuário padronizado que caracterize uma manifestação coletiva”, explicou a Corte.

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