Em plena viagem aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro ofereceu um presentão aos turistas estrangeiros. Cidadãos americanos, japoneses, canadenses e australianos não precisarão mais de visto para passar uma temporada no Brasil.
Os brasileiros, porém, continuam obrigados a apresentar visto se quiserem entrar nesses países.
Segundo o decreto, publicado nesta segunda-feira 18, ficam livres de visto os cidadãos desses países que vierem ao país para fazer turismo, negócios, trânsito ou “em situações excepcionais por interesse nacional”. Esses visitantes poderão ficar no Brasil por até 90 dias, prorrogável por igual período, desde que não ultrapassem 180 dias em um ano. O vale-presente pode ser utilizado a partir do dia 17 de junho.
O governo argumenta que a medida estimularia o turismo e a geração de renda no país. Mas, do ponto de vista diplomático, afrouxar as regras sem nada em troca pode ser um indício desnecessário de subserviência. “É um péssimo sinal. A reciprocidade é a base do relacionamento entre nações”, avalia o ex-chanceler Celso Amorim, mentor da política externa que vigorou durante os anos Lula.
“É uma concessão importante, em busca da aproximação bilateral com esses países. O problema é esperar reciprocidade”, pontua Guilherme Casarões, professor do curso de Relação Internacionais da Fundação Getúlio Vargas. Para o professor, e ilusão imaginar que esses países retribuirão a gentileza do governo Bolsonaro à altura. “Há muito menos canadenses e americanos querendo emigrar para o Brasil do que o contrário.”
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