Política

Bolsonaro desiste de indicar aliado de Barros para presidência da ANS

Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho foi chefe de gabinete do líder do governo na Câmara dos Deputados

Bolsonaro desiste de indicar aliado de Barros para presidência da ANS
Bolsonaro desiste de indicar aliado de Barros para presidência da ANS
Jair Bolsonaro e Ricardo Barros. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro desistiu de indicar o advogado Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho para o cargo de diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Atual diretor do órgão, o servidor foi chefe de gabinete do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), hoje envolvido em suspeitas de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19, quando o parlamentar era ministro da Saúde, durante o governo Michel Temer (MDB).

A retirada da indicação consta em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU) publicada ao final da noite desta terça-feira 6 e vem horas antes da apreciação do nome de Rebello Filho pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. A sabatina estava marcada para as 9 horas desta quarta-feira 7. A relatoria da indicação estava nas mãos do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso.

 

De acordo com a ficha de nomeação, Rebello Filho está na diretoria da ANS desde 2018. Já trabalhou nos ministérios da Saúde e da Integração Nacional e já foi conselheiro da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e da Caixa Participações.

Embora siga líder do governo na Câmara, Ricardo Barros tem pedido força na administração federal enquanto é bombardeado por denúncias de corrupção. Na semana passada, Roberto Ferreira Dias ligado ao deputado, foi exonerado do cargo de diretor de logística do ministério da Saúde. A demissão foi anunciada após a Folha de S.Paulo publicar uma entrevista com Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante autônomo da empresa Davati Medical Supply, que relatou ter recebido de Dias um pedido de propina para a pasta fechar a compra de vacinas contra a covid-19.

Além da ligação com o suposto solicitador de propina, Barros está envolvido no caso Covaxin. O parlamentar é ligado à Global Gestão em Saúde, empresa com o mesmo quadro societário da Precisa Medicamentos, intermediadora no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech, produtor da vacina Covaxin. O contrato para aquisição do imunizante, já cancelado pelo ministério da Saúde, está sob o escrutínio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por suspeitas de irregularidades. Barros será convocado a depor no colegiado.

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