Política

Bolsonaro defende privatizações após “debandada” na Economia

O presidente ainda atrelou as saídas dos secretários Salim Mattar e Paulo Uebel a ‘ambições pessoais’ e afirmou união com os ministros

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Evaristo Sá/AFP)
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Um dia após novas baixas no ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para destacar a agenda do governo em relação às privatizações.

Na publicação, o presidente disse que “o Estado está inchado e deve se desfazer de suas empresas deficitárias, bem como daquelas que podem ser melhor administradas pela iniciativa privada”.

Afirmou ainda que “privatizar está longe de ser, simplesmente, pegar uma estatal e colocá-la numa prateleira para aquele que der mais ‘levá-la para casa'”.” Para agravar, o STF decidiu, em 2019, que as privatizações das empresas ‘mães’ devem passar pelo crivo do Congresso”.

Nessa terça-feira 11, os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram demissão do ministério da Economia. Eles estariam insatisfeitos com o andamento das reformas econômicas.

Salim Mattar estaria descontente com o ritmo da agenda de privatização, conforme afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em coletiva realizada junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“O que ele me disse é que é muito difícil privatizar. Que o establishment não deixa haver a privatização. Que é tudo muito difícil, tudo muito emperrado, que tem que ter um apoio mais definido, mais decisivo”, afirmou o ministro.

Guedes disse ainda que é preciso “lutar” para estabelecer as reformas econômicas que estão em sua agenda, como ocorreu, em suas palavras, com as aposentadorias e o leilão do pré-sal.

“O que eu digo para o Salim, o que eu sempre disse é o seguinte: para fazer a reforma da Previdência, cada um de nós teve que lutar. Para fazer a cessão onerosa, cada um de nós teve que lutar. Para privatizar, cada um de nós tem que lutar. Não adianta ficar esperando ajuda do papai do céu, você tem que lutar”.

Ele também afirmou que Uebel estava insatisfeito com a lentidão na aprovação de medidas, especialmente a reforma administrativa.

Guedes fala em “debandada”

Logo após confirmar a saída dos secretários, Guedes falou em “debandada” do ministério. Mas que o governo não desistirá das reformas apesar das demissões.

“Nossa reação à debandada que ocorreu hoje vai ser avançar com as reformas”, afirmou.

Bolsonaro atrela saída de secretários a “ambições pessoais”

Em meio às movimentações na pasta de Economia, Bolsonaro disse que “num orçamento cada vez mais curto, é normal os ministros buscarem recursos para obras essenciais” e que o norte do governo “continua sendo a responsabilidade fiscal e o teto de gastos”.

O presidente ainda atrelou a saída de Mattar e Uebel a “ambições pessoais”. “Em todo o governo, pelo elevado nível de competência de seus quadros, é normal a saída de alguns para algo que melhor atenda suas justas ambições pessoais. Todos os que nos deixam, voluntariamente, vão para uma outra atividade muito melhor”, afirmou.

“Em tempo recorde fizemos a reforma previdenciária, as taxas de juros se encontram nos inacreditáveis 2% e os gastos com o funcionalismo está contido até o final de 2021”.

Bolsonaro finalizou a publicação falando em união no governo, tentando afastar qualquer desgaste com a área econômica. “O Presidente e seus Ministros continuam unidos e cônscios da responsabilidade de conduzir a economia e os destinos do Brasil com responsabilidade”.

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