Política

Bolsonaro culpa “ONGs que perderam grana” por incêndio na Amazônia

O presidente também afirmou que governadores são ‘coniventes’ com os incêndios na região

Foto: Isac Nóbrega/PR
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O presidente Jair Bolsonaro comentou sobre as queimadas que estão acontecendo na Amazônia. Em um evento em Brasília, o presidente insinuou que a tragédia ambiental está sendo causada pelas OGNs que perderam investimento federal. “No meu entender pode ter sido potencializada por ONGs que perderam grana. Qual a intenção? Trazer problemas para o Brasil”, afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro também comentou sobre a decisão de países europeus de cancelarem o investimento no combate ao desmatamento. Para o pesselista, essa é uma tentativa de outras nações explorarem a Amazônia. “O Brasil está sob nova direção. Temos que mudar isso ai”, disse Bolsonaro.

O presidente também afirmou que governadores são “coniventes” com os incêndios na Amazônia. “Não quero citar nome, que está conivente com o que está acontecendo e bota a culpa no governo federal. Tem estados aí, que não quero citar, na região Norte, que o governador não está movendo uma palha para ajudar a combater incêndio. Está gostando disso daí”, declarou o presidente.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também comentou sobre o assunto nesta terça-feira 20. Para o integrante do governo, as queimadas da Amazônia é ‘sensacionalismo ambiental’ e está relacionado a fake news.

Número de queimadas bate recorde em 2019

No mesmo evento, Ricardo Salles também destacou que o clima seco da região do centro-oeste brasileiro é um dos fatores de influência para o alastramento das queimadas. “Estamos fazendo o máximo de esforço que podemos. Isso decorre de um tempo muito seco e há portanto essa maior incidência de queimadas”, afirmou.

No entanto, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), organização brasileira que estuda desdobramentos científicos na região, afirmou que a umidade da Amazônia em 2019 é maior do que nos últimos três anos, incluindo 2016, quando a região sofreu duras penas com o fenômeno climático do El Niño, que diminui a umidade das massas de ar que se movem pela região.

O IPAM também afirmou, em nota, que o número de focos de calor em 2019 é o maior em três anos, e as práticas comumente utilizadas para “limpar” o terreno pós-desmatamento podem explicar o fogo.

“Se a seca não explica as queimadas atuais, a retomada da derrubada da floresta faz isso. O fogo é normalmente usado para limpar o terreno depois do desmatamento, e a relação entre os dois fatores é positiva em uma análise entre os focos de calor e o registro de derrubada feito pelo Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD)”, diz texto de nota técnica. “Mesmo em uma estiagem menos intensa do que em 2016, quando sofremos com um El Niño muito forte, o risco do fogo escapar é alto.”

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