Economia

Bolsonaro critica Petrobras e diz que vai à Justiça: ‘A gente espera redução dos preços’

O ex-capitão cobrou ‘papel social’ da companhia, mas disse que não pretende interferir nas decisões da cúpula

O presidente Jair Bolsonaro (PL), durante transmissão ao vivo nas redes sociais. Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que pretende recorrer à Justiça por causa da alta dos preços dos combustíveis. O comunicado ocorreu nesta quinta-feira 12, durante transmissão ao vivo na internet.

Na live, Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras pelos valores cobrados no postos e reivindicou o cumprimento do “papel social” previsto em lei.

“A gente espera, aqui, redução do preço. Vamos ter que recorrer à Justiça, sabendo que, quando eu recorro, é quase impossível eu ganhar. Isso quando se coloca em votação”, afirmou o presidente.

A medida é anunciada na mesma semana da demissão de Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia.

O substituto, Adolfo Sachsida, discursou pela primeira vez no cargo na quarta-feira 12, mas não tocou no assunto do preço dos combustíveis. Preferiu afirmar que terá como prioridade a privatização da petroleira.

No mês passado, também houve troca na presidência da Petrobras. O novo chefe da estatal, José Mauro Coelho, disse que a atual política de preços será mantida e que dará prosseguimento à privatização das refinarias.

Adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito que o ex-capitão tenta fazer “teatro” com a troca de ministros.

“Bolsonaro não sabe o que faz com o País. Não sabe trabalhar, investir ou fazer política econômica. Vendeu a BR e hoje 392 empresas importam gasolina dos EUA. Vamos deixar claro: somos contra a venda da Petrobras e Eletrobras. Parem de privatizar nossas empresas públicas”, afirmou o petista durante ato em Minas Gerais nesta semana.

O pré-candidato do PT defende o fim da política de preços adotada no governo de Michel Temer (MDB), que alinha os valores nacionais às variações do mercado no exterior.

O governo federal, no entanto, diz que não interferirá nos rumos da estatal e cita como referência negativa o governo de Dilma Rousseff (PT), que teria se endividado em 900 bilhões de reais com a suposta prática intervencionista.

O número citado, porém, já foi classificado como falso pela plataforma de checagem Aos Fatos, que destacou a cifra de 492 bilhões em dívida bruta declarada em 2015. Além disso, conforme já mostrou CartaCapital, a narrativa do endividamento da Petrobras é vista como um mito por especialistas com base em balanços da própria companhia.

A média da gasolina comum nesta semana ficou em 7,29 reais, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. O valor mais alto foi encontrado em Santa Catarina: 8,99 reais. Ao mesmo tempo, a Petrobras tem batido lucros recordes e registrado altos repasses para os seus acionistas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo