Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nesta sexta-feira 19, mas não para anunciar mais novidades sobre possíveis saques. O presidente criticou a multa de 40% paga pelos empregadores quando não há demissão sem justa causa. “É quase impossível ser patrão no Brasil”, disse o presidente. Depois, reafirmou uma frase de campanha: “um dia o trabalhador vai ter que decidir: menos direito com emprego ou todos os direitos sem emprego”.
A fala foi feita à imprensa após Bolsonaro sair de um almoço com a igreja evangélica Sara Nossa Terra, em Brasília. Para ele, “é quase impossível ser patrão no Brasil” – o que justificaria uma possível retirada da multa, hipótese afirmada pelo presidente em um primeiro momento. Logo depois, negou e disse que desconhece qualquer trabalho nesse sentido. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, acompanhava o presidente na coletiva.
Para o presidente, os direitos trabalhistas configuram interesse eleitoral de “pessoas populistas e comunistas”. Para exemplificar, disse: “Muita gente bota na cabeça do povo que eu estou errado, eu estou perseguindo o pobre. Não, eu estou mostrando a verdade. Até contratar uma pessoa para a sua casa está difícil”.
O ministério discute a possibilidade de os trabalhadores sacarem até 35% dos recursos de suas contas ativas, mas os detalhes estão sendo discutidos pela equipe de Guedes. O presidente repete medida adotada pela equipe de Michel Temer, que permitiu saque das contas do FGTS em 2017.
O governo estuda liberar os saques de acordo com a data de aniversário do trabalhador e quem ainda vai fazer aniversário este ano já poderá ter direito ao saque.
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