Bolsonaro cortou 90% das verbas de programas de combate à violência contra mulher

Campanha à reeleição visa reduzir rejeição e atrair votos do eleitorado feminino

Na foto, ato no Rio de Janeiro contra a violência sofrida pelas mulheres, realizado em junho de 2016

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou 90% da verba disponível para ações de enfrentamento à violência contra mulher durante seu mandato. O levantamento é da Folha de S. Paulo. 

O corte no orçamento do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos foi de cerca de 70 milhões de reais somente em 2020, primeiro ano de orçamento elaborado pela gestão bolsonarista. Em 2022 a Pasta contou apenas 9 milhões de reais. 

No Orçamento encaminhado para o Congresso que prevê despesas para o ano de 2023 destina somente 17,2 milhões para o Ministério, uma redução de 83% em comparação com 2020. 

A Pasta direciona verbas para a manutenção das unidades da Casa da Mulher Brasileira e de Centro de Atendimento às Mulheres, projetos que atendem vítimas de violência doméstica, bem como o financiamento de campanhas e projetos que visam combater esse tipo de crime. 

Mesmo com a redução dos valores, Bolsonaro afirma que foi o governo que mais aprovou leis em benefício das mulheres e busca o apoio do grupo na campanha de reeleição. Hoje as mulheres representam a maioria dos eleitores indecisos. 

No entanto, a proposta orçamentária não reflete as promessas de campanha. 


As restrições na distribuição de verbas para o próximo ano podem paralisar o serviço do disque 180, canal de denúncias exclusivo para casos de violência doméstica. 

O projeto de gastos destina apenas 3 milhões para a Central de Atendimento à Mulher, enquanto o gasto de manutenção do canal de denúncia é de 30 milhões por ano. 

Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre março de 2020 e dezembro de 2021, foram registrados quase 2500 casos de feminicídio e mais de 100 mil casos de estupro envolvendo meninas e mulheres. 

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