O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, neste final de semana, que retornará ao Brasil ainda neste mês. Ele está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro após ser derrotado por Lula (PT) nas eleições de 2022.
Em entrevista à NBC, Bolsonaro se negou a reconhecer o resultado. Segundo defendeu, Lula não seria considerado presidente porque ‘seu povo’, não teria comemorado a vitória nas ruas, enquanto os bolsonaristas saíram às ruas para protestar.
A afirmação, porém, tem pouco pé na realidade e ignora os atos de comemoração de apoiadores de Lula logo após o resultado nas urnas, bem como a dimensão do evento de posse do petista.
Ainda ao canal de TV norte-americano, Bolsonaro negou ter qualquer relação com os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília. Segundo disse, ele não era mais presidente e nem estava no País. O ex-capitão também insinuou, sem provas, que a destruição foi causada por ‘maus perdedores de esquerda’.
“Todos os comícios de direita dos últimos quatro anos foram pacíficos e não temos nada a ver com isso”, disse. “Nosso povo nunca faria o que o povo fez em 8 de janeiro. Foram pessoas de esquerda que planejaram tudo isso”.
Todas as declarações foram dadas pelo ex-capitão no intervalo de um evento ultraconservador realizado em Washington no final de semana. No local, Bolsonaro chegou a dizer, em determinado momento, que sua missão como presidente do Brasil não teria acabado.
No local, ele também se encontrou com o ex-presidente dos EUA Donald Trump, outro derrotado da extrema-direita que, assim como Bolsonaro, não aceitou o resultado das urnas.
No País, Trump também é acusado de liderar um levante golpista que culminou com a invasão do Capitólio, em 2020. Na sua participação no evento da extrema-direita, o norte-americano teceu elogios ao ex-presidente brasileiro.
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