Política
Bolsonaro condecora Aras, Weintraub e deputados apoiadores com honraria militar
A nomeação com a Ordem do Mérito Naval, honraria militar da Marinha, vem em um momento de tensão política suscitada pelo presidente
O presidente Jair Bolsonaro publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira 29 a condecoração de ministros, deputados, senadores e do procurador-geral da República, Augusto Aras, com a Ordem do Mérito Naval, uma honraria militar de prerrogativa do Executivo.
Os ministros condecorados foram Abraham Weintraub, ministro da Educação, Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, e o secretário de governo, Jorge Oliveira. Entre os deputados, aparecem figuras ligadas aos partidos do Centrão e ao PSL, antigo partido de Bolsonaro que ainda é a sigla de diversos parlamentares de base governista.
O decreto também nomeia militares, diplomatas, e ministros de instâncias judiciais para a condecoração. Segundo a lei que a criou, assinada em 11 de julho de 1934 pelo presidente Getúlio Vargas, a Ordem “se destina a premiar os militares da Marinha que se tenham distinguido no exercício de sua profissão e, excepcionalmente, corporações militares e instituições civis, nacionais e estrangeiras, suas bandeiras ou estandartes, assim como personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras, que houverem prestado relevantes serviços à Marinha.”
Tais honrarias são concedidas no momento em que Bolsonaro é alvo de um inquérito que investiga possíveis desejos de interferência na Polícia Federal, atos denunciados pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, ao pedir demissão do cargo. O caso tramita no Supremo Tribunal Federal com a relatoria de Celso de Mello. No processo legal, o ministro deverá colher evidências que sustentem ou derrubem a acusação para apresentá-las ao PGR, que irá decidir se Bolsonaro será denunciado ou não.
Aras tem sido apontado como um dos candidatos de Bolsonaro para substituir Celso de Mello com sua aproximada aposentadoria, prevista para novembro de 2020.
Em um momento de crise política em meio à pandemia, o governo tem acenado para a entrega de cargos a parlamentares do Centrão, que poderiam sustar quaisquer intenções de votação de impeachment na Câmara e no Senado. Os sete que foram homenageados com a Ordem são os senadores Plínio Valério (PSDB-AM), Eduardo Gomes (MDB-TO) e Irajá (PSD-TO), e os deputados federais Helio Lopes (PSL-RJ), Professor Joziel (PSL-RJ), Luiz Phelippe de Orleans e Bragança (PSL-RJ) e Coronel Armando (PSL-SC). Leia a íntegra do decreto.
CartaCapital
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