O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar o ex-ministro Sergio Moro como um antagonista de seus valores de governo. Nesta segunda-feira 01, ao conversar com um grupo de apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente chamou o ex-juiz da Lava Jato de “covarde” por ter ficado calado na reunião ministerial do dia 22 de abril, já que ele tinha assinado uma instrução normativa que regulamentava a posse e porte de armas de fogo.
Na reunião, Bolsonaro defendeu armar a população para que todos pudessem ir contra medidas de quarentena implementadas nos estados de municípios. Desde o início da pandemia, o presidente se coloca contra medidas sanitárias recomendadas por autoridades do mundo todo para frear a curva de contágio do coronavírus.
Segundo ele, Moro quis “dificultar a posse e porte de arma de fogo para as pessoas de bem” com a Instrução Normativa 131, uma medida que Bolsonaro quer revogar. Houve, também, críticas a outra portaria – esta já revogada pelos ministros André Mendonça (Justiça) e Eduardo Pazuello (interino na Saúde) – que orientava punição àqueles que descumprissem as medidas de quarentena.
Na nova portaria, as duas pastas reafirmam que “deve ser assegurado às pessoas afetadas em razão da aplicação de medidas de enfrentamento ao coronavírus o pleno direito à dignidade, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais”.
“[Moro] queria uma portaria que multasse quem estivesse na rua, perfeitamente alinhado com outra ideologia que não era nossa”, falou Bolsonaro, recebendo apoio dos poucos apoiadores presentes. O presidente transmitiu a conversa nas redes sociais.
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