Política
Bolsonaro bate recorde de rejeição por atuação na pandemia, diz pesquisa
Segundo o Datafolha, 54% dos brasileiros veem a atuação do presidente como ruim ou péssima


A rejeição ao trabalho do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento ao novo coronavírus bateu recorde nesta quarta-feira 17.
Segundo divulgou o instituto DataFolha, 54% dos brasileiros veem a atuação do presidente como ruim ou péssima. Na pesquisa anterior, realizada entre 20 e 21 de janeiro, 48% reprovavam o trabalho de Bolsonaro.
Na rodada atual, o índice daqueles que acham sua gestão da crise ótima ou boa caiu de 26% para 22%, enquanto quem a vê como regular foi de 25% para 24%.
Entre os empresários, 38% consideram o trabalho do ex-capitão ótimo e bom.
Maioria vê o presidente como culpado pelo agravamento da pandemia
A maioria dos entrevistados acredita que o agravamento da crise no Brasil é culpa do presidente pela falta de planejamento e pelo comportamento negacionista.
Consideram Bolsonaro o principal culpado 43% dos ouvidos.
Já os governadores, que em grande parte têm se batido com o governo federal por defenderem medidas mais rígidas de isolamento social, são vistos como culpados por 17%. Prefeitos ficaram com 9% das menções.
Aumento na rejeição
O presidente também perdeu apoio de forma geral. No levantamento, 44% dos entrevistados reprovam o Bolsonaro ante os 40% registrados em janeiro. A aprovação e o julgamento como regular seguem estáveis, de 31% para 30% e de 26% para 24%, respectivamente.
O cenário agora repete o pior já registrado, em junho do ano passado.
Bolsonaro se aproxima agora da má avaliação até aqui recordista para um presidente eleito em primeiro mandato desde 1989.
No mesmo ponto do mandato, em 1992, Fernando Collor era rejeitado por 68% e tinha 21% de avaliação regular. Só que seu apoio, já com o impeachment como realidade política, era menor que o registrado por Bolsonaro: 9%.
Pazuello perde apoio
No caso da gestão do general Eduardo Pazuello, a avaliação positiva do Ministério da Saúde caiu de 35% para 28% de janeiro para cá.
Já aqueles que acham o trabalho ruim ou péssimo subiram de 30% para 39%, enquanto permaneceu estável o índice dos que o consideram regular (34% para 32%).
O instituto ouviu por telefone 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
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