Política
Bolsonaro anuncia o general Silva e Luna como o novo presidente da Petrobras
O presidente da República criticou o ex-comandante da estatal, Roberto Castello Branco, pelo aumento nos preços dos combustíveis


O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta sexta-feira 19 o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Para o comando da estatal foi nomeado o general Joaquim Silva e Luna, conforme nota divulgada pela gestão federal.
“O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova Missão, como Conselheiro de Administração e Presidente da Petrobras, após o encerramento do Ciclo, superior a dois anos, do atual Presidente, Senhor Roberto Castello Branco”, diz o texto publicado pelo governo.
A decisão foi tomada um dia depois de Bolsonaro criticar a gestão da Petrobras pelas altas nos preços dos combustíveis.
“Nesses dois meses nós vamos estudar uma maneira definitiva de buscar zerar o imposto para ajudar a contrabalancear esses aumentos, no meu entender excessivo, da Petrobras. Mas eu não posso interferir, nem iria interferir na Petrobras, se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias, você tem que mudar alguma coisa, vai acontecer”, disse o presidente em transmissão nas redes sociais.
Na quinta-feira 18, a estatal aumentou o preço da gasolina pela quarta vez neste ano. Já o preço do diesel, principal impasse com os caminhoneiros, teve o terceiro reajuste.
A alta da gasolina nas refinarias é de cerca de 0,23 centavos por litro, que passa a ser vendido por 2,48 reais. Já o preço médio do diesel sofrerá um incremento de 0,34 centavos, chegando a 2,58 reais por litro.
Silva e Luna foi ministro da Defesa de Temer
Silva e Luna, de 71 anos, serviu por cinco anos no Ministério da Defesa, como secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto, seguido dos cargos de secretário-geral e ministro da Defesa em 2018, último ano do governo de Michel Temer (MDB). Durante o governo Bolsonaro, atuou como diretor-geral da Itaipu Binacional, usina hidrelétrica localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
Pernambucano, o militar tem mestrado e doutorado em Ciências Militares. Também cursou pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, e em Projetos e Análise de Sistemas, na Universidade de Brasília.
Por doze anos, trabalhou como general na ativa. Entre 2002 e 2004, foi comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, no Amazonas; de 2004 a 2006, foi Diretor de Patrimônio; de 2007 a 2011, chefiou o Gabinete do Comandante do Exército; e entre 2011 e 2014, foi chefe do Estado-Maior do Exército.
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