Política
Bolsonaro afirma que concursos públicos selecionam pessoas de esquerda
Em sua página do Facebook, o presidente postou um vídeo em que Abraham Weintraub afirma que há doutrinação nas seleções


O presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo em sua página do Facebook em que o ministro da educação Abraham Weintaub afirma que os concursos públicos do País selecionam pessoas com viés de esquerda. O ministro diz que o ministério da Educação é “um colosso”, que a pasta concentra 300 mil dos 600 mil funcionários do governo federal e que é importante dizer como são os concursos públicos.
“Entre na internet e veja como foi o último concurso público da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Se você ver, é um concurso que não tem praticamente nada de matemática e está lá falando governo estadounidense. Então você, na seleção, já seleciona pessoas com viés de esquerda nos concursos, como é o Enem”, diz Weintraub.
Na publicação, Bolsonaro escreveu: “Doutrinação e mentiras até nos concursos”. “Caso fosse perguntado numa prova: após a saída de João Goulart, em 1964, quem assumiu a presidência da república? Qual sua resposta?”, acrescentou o mandatário, referindo-se ao presidente da República deposto pelo golpe militar daquele ano.
Na publicação, Weintraub também diz que a suposta doutrinação nos concursos públicos remonta ao governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Veja, isso começou com o Fernando Henrique. A gente não está falando de 16 anos de PT, a gente está falando mais de um quarto de século. De continuamente uma doutrinação que começa de uma forma suave e gradualmente você vai começando a achar o errado normal. E de repente você tem que achar o errado bonito. É disso que a gente está falando”, afirma Weintraub.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.