Bolsonaristas usaram dinheiro da Câmara para participar de campanha de Milei na Argentina

Os deputados Eduardo Bolsonaro, Marcel Van Rattem e Rodrigo Valadares foram autorizados a viajar em missão oficial no País ao custo de quase 13 mil reais

Eduardo Bolsonaro. Foto: EVARISTO SA/AFP

Apoie Siga-nos no

A Câmara dos Deputados desembolsou ao menos 12,989,92 mil reais dos cofres públicos com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) para que eles acompanhassem o primeiro turno das eleições presidenciais da Argentina.

Os parlamentares bolsonaristas participavam, na ocasião, da reta final da campanha do candidato da extrema-direita Javier Milei

A quantia foi desembolsada pela Câmara para cobrir custos de passagens aéreas e hospedagens destinadas aos deputados após a viagem ser autorizada e registrada como missão oficial brasileira no país. 

A informação foi inicialmente divulgada pelo site Metrópoles, no último domingo 12, e confirmada por outros veículos de imprensa, como o UOL

Eduardo Bolsonaro, segundo informações oficiais de prestação de contas, viajou na manhã do dia 22 de outubro e chegou a Buenos Aires ao meio-dia, quando as urnas já estavam abertas na cidade. A ida, de classe econômica premium, custou 1,7 mil reais. O retorno à Brasília ocorreu no dia seguinte, na segunda-feira, por 2,5 mil reais. Ao todo, sua viagem custou 4,2 mil reais.

Marcel Van Hattem também recebeu reembolsos de passagem por parte da Casa Legislativa. Ratten chegou em Buenos Aires ainda no sábado. A ida e volta, em voos comerciais da Aerolíneas Argentina, também custaram 4,2 mil reais.


Rodrigo Valadares, não tem registros públicos do meio de locomoção ao país vizinho, porém é sabido que sua hospedagem foi paga com dinheiro público. Ele gastou 4,5 mil reais para ficar hospedado em um hotel da rede Hilton em Puerto Madero, entre os dias 19 e 23 de outubro.

Campanha na Argentina

Durante a estadia da comitiva em Buenos Aires, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a conceder uma entrevista a um canal de TV argentino com apoio a Milei. Ao defender a “liberação de armas”, no entanto, teve sua participação interrompida pelos apresentadores. 

Já na apuração dos votos, os quatro estiveram presentes no bunker de Milei. Quando o resultado saiu, apontando para um segundo turno entre o candidato da extrema-direita e o governista Sergio Massa, publicaram mensagens de “esperança”. Com a derrota, já no Brasil, os parlamentares alçaram o discurso de que as eleições argentinas foram fraudadas. 

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

Veronica Daniel Silveira 20 de novembro de 2023 21h14
Essa viagem dos tais deputados autorizada como missão oficial brasileira para acompanhar o primeiro turno das eleições lá em Buenos Aires, teve uma fundamentação legal? Todo ato administrativo precisa de uma motivação legal. Se teve, por que não contou com a participação de parlamentares do bloco governista brasileiro? Quem autorizou o ato? Qual a fundamentação legal? Se paguei por essa viagem da qual não participei, quero que os infratores devolvam ao erário o dinheiro que é do povo brasileiro.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.