Política

Bolsonaristas editam declaração de Barroso para disseminar fake news sobre eleições

Nesta quarta, Bolsonaro mencionou indiretamente o vídeo, que tira de contexto uma afirmação do presidente do TSE sobre Roraima

Foto: Reprodução/TV Câmara
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, se manifestou nesta quarta-feira 11 sobre uma nova leva de ataques promovidos por apoiadores de Jair Bolsonaro e propagados pelo presidente da República.

Após a Câmara dos Deputados rejeitar a PEC do Voto Impresso na noite da última terça-feira 10, bolsonaristas passaram a espalhar nas redes sociais um vídeo em que Barroso menciona que “eleição em Roraima não se ganha, se toma”. O intuito dos responsáveis pela divulgação seria reforçar as críticas infundadas de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.

Nesta manhã, em contato com apoiadores no ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada, Bolsonaro citou indiretamente o vídeo ao lamentar a reprovação da PEC pela Câmara. “Alguns ali não votaram com medo de retaliação. E a gente vê um cidadão andando pelos corredores da Câmara repetindo exatamente o que disse José Dirceu: ganhar a eleição é uma coisa, tomar o poder é outra”, disse Bolsonaro.

Em nota, o TSE explica que o contexto do vídeo tem origem no dia 8 de junho deste ano, quando Barroso recebeu no tribunal um grupo de parlamentares, entre os quais o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e o filho dele, o deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR).

Na ocasião, segundo o TSE, o senador narrou ao ministro que por duas vezes ganhara eleições em seu estado, mas que “as eleições lhe foram tomadas”.

“Daí a origem da frase ‘eleição em Roraima não se ganha, se toma’. O senador esclareceu que assim se passava no tempo do voto impresso. E acrescentou que, com a implantação do voto eletrônico, não puderam fraudar a eleição e ele finalmente obteve a vaga”, prossegue a nota do TSE.

Um dia depois, Barroso atendeu a um convite e compareceu à Câmara. Na saída, narrou a parlamentares a história contada por Mecias de Jesus. Naquele momento, repetiu a frase sobre eleições em Roraima. O TSE afirma que os responsáveis por disseminar o vídeo suprimiram a palavra “Roraima” e retiraram a declaração de contexto, “que era a situação da votação em Roraima ao tempo do voto de papel, antes da implantação das urnas eletrônicas”.

“Logo após a divulgação do vídeo, o deputado Jhonatan de Jesus telefonou ao ministro Barroso, relembrou o episódio e gentilmente se prontificou a esclarecer a história do vídeo distorcido”, diz o TSE.

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