O senador Eduardo Girão (CE) anunciou, na noite de terça-feira 8, a sua filiação ao partido Novo. Ele era filiado do Podemos desde 2019. Com a mudança, Girão passa a ser o primeiro representante do Novo no Senado Federal.
Recentemente, Eduardo Girão se candidatou à presidência do Senado. Pouco antes da realização da votação, que reelegeu Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência, Girão retirou a sua candidatura e anunciou que apoiaria Rogério Marinho (PL-RN), candidato bolsonarista que foi derrotado.
Isolado recentemente pelo Podemos, Girão foi eleito senador em 2018. Durante os primeiros quatros anos do seu mandato, liderou pautas conservadoras, como a oposição ao direito ao aborto e a defesa da educação domiciliar. Um dos principais defensores de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional, Girão já defendeu a instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar, segundo ele, crimes cometidos pelo Judiciário.
Ele ficou especialmente conhecido por sua atuação na CPI da Covid, oportunidade na qual centralizou a pauta bolsonarista. Durante a CPI, Girão, que se dizia independente, atuou de modo a cobrar a investigação dos governadores de oposição ao governo Bolsonaro.
Girão, que tem um patrimônio declarado de 36 milhões de reais, é um dos congressistas mais ricos do Senado Federal, tendo feito fortuna no ramo de hotéis e segurança privada e de valores nos Estados Unidos.
Ao anunciar a sua filiação ao Novo, Girão disse que fará “oposição firme” ao governo Lula (PT).
Já o partido Novo, que em 2018 elegeu oito representantes na Câmara dos Deputados, experimentou uma queda no número de representantes eleitos, no pleito de 2022. Ano passado, o partido elegeu apenas quatro deputados federais e não atingiu a chamada cláusula de barreira. Com isso, não poderá indicar titulares para as comissões na Casa, nem terá direito a cargos na Mesa Diretora.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login