Política

Bia Kicis divulga fake news sobre tratamento precoce na Itália

A bolsonarista afirma que os medicamentos sem eficácia comprovada serão fornecidos pelo governo italiano aos pacientes

A deputada Bia Kicis (PSL-DF). Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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A deputada federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PSL/DF), fez um post nesta sexta-feira 16 em suas redes sociais em que afirma que o Senado da Itália aprovou o uso do chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19, que utiliza medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.

No texto, a parlamentar bolsonarista afirma que os medicamentos serão fornecidos pelo governo aos pacientes que testarem positivo para a Covid-19. A informação, no entanto, é falsa.

Segundo a Agência Lupa, que fiscaliza informações divulgadas na internet, o Senado italiano aprovou uma moção que versa sobre um protocolo único para cuidados domiciliares de pacientes com Covid-19, e não sobre o uso de medicamentos para “tratamento precoce” da doença.

“Em 8 de abril, 212 parlamentares votaram a favor de que o governo crie uma agenda nacional única que reúna o Instituto Superior de Saúde (equivalente ao Ministério da Saúde), a Agência Nacional de Serviços Regionais de Saúde (Agenas) e a Agência Italiana de Medicamentos (Aifa). A proposta é que esses órgãos definam juntos os protocolos e as diretrizes para o atendimento domiciliar de pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2, sempre levando em consideração as experiências dos profissionais que atuam na área”, informa a Lupa.

Ao contrário do que compartilhou Bia, os medicamentos como cloroquina ou ivermectina não são permitidos na Itália como forma de tratar a doença.

Na última atualização sobre as opções terapêuticas contra a infecção, a Aifa (Anvisa italiana) não recomendou o uso da hidroxicloroquina e também alertou que o fármaco pode causar reações adversas.

De acordo com o relatório da votação, disponível no site do Senado italiano, o governo deverá implementar algumas ações, entre elas a de formar uma mesa ministerial de acompanhamento, criar medidas para garantir que as várias experiências e dados clínicos coletados pelos serviços regionais de saúde se fundam em um único protocolo nacional e, também, criar um plano de fornecimento de aparelhos de telemedicina que garantam o monitoramento adequado e constante dos parâmetros clínicos dos pacientes.

Bia Kicis é investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura a organização de atos contra a democracia no País e também por divulgação de fake news.

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