Política

Bebianno nega envolvimento em dossiê de orgia contra príncipe

‘Eu desafio Bolsonaro a provar essa mentira. Gostaria que ele tivesse a coragem de dizer isso nos meus olhos, eu que sempre fui leal a ele’

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O ex-secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, gravou um vídeo para desmentir a informação de que ele teria forjado um dossiê contra o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança para afastá-lo do governo. Bragança acusou Bebianno de montar um dossiê falso a seu respeito, com fotos em que participaria de surubas gay e cometeria agressões contra moradores de rua. Os fatos teriam levado o presidente Jair Bolsonaro a desistir de nomeá-lo como vice presidente.

“Se o presidente disse isso, mais uma vez ele falta com a verdade. Uma coisa é a pessoa se enganar, ser induzida a erro, se confundir. E outra coisa completamente diferente é a pessoa afirmar fatos que ela sabe que não são verdadeiros. Isso me parece muito grave. É no mínimo uma leviandade me acusar de fabricar um dossiê contra qualquer pessoa. Eu desafio o sr. Bolsonaro a provar essa mentira. Gostaria que ele tivesse a coragem de dizer isso nos meus olhos, eu que sempre o ajudei, fui leal, fiz das tripas coração pra ele chegar à Presidência da República”, rebateu o ex-integrante do governo.

No vídeo, Bebianno afirma que os fatos acerca da história não foram esses. Ele conta que, ao todo, houve quatro possibilidades de indicação para o cargo de vice presidente. O senador Magno Malta, que desistiu da candidatura e preferiu disputar uma vaga no Senado. O general Heleno que por pertencer a outra sigla partidária, não foi autorizado a entrar na chapa de Jair Bolsonaro. A professora Janaína Paschoal, candidata que Bebianno afirma ter se dedicado para a nomeação. E o general Mourão, “eu entendia que ele seria um excelente candidato ao governo do estado do Rio. Contra a vontade de Bolsonaro, eu procurei o Mourão, tentei convencer o Jair a aceitá-lo, mas ele [Mourão] acabou não vindo pro PSL”, relata.

/> “Depois, no momento da vice presidência eu voltei a falar no nome dele que, em um primeiro momento não foi aceito, e eu lembrei do conhecido ‘príncipe’, o deputado, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, recomendei o nome dele, ele veio ao Rio de Janeiro, fizemos umas duas ou três conversas, e no último dia para indicação da chapa ao TSE foi um domingo. Ficou combinado que o anúncio dele seria feito nesse dia”, conta. A documentação, segundo Bebianno, teria sido assinada e encaminhada no sábado ao TSE, um dia antes do anúncio oficial de Bragança como vice presidente.

Na madrugada do sábado, no entanto, Bebianno afirma ter recebido um telefonema de Jair Bolsonaro, às 4h30 da manhã, dizendo que tinha recebido um dossiê, entregue por um delegado federal, em conjunto com um coronel do exército. Bolsonaro teria dito que no material havia fotos do Luiz Felipe participando de festas gay, bailes de máscara gay, além de envolvimento com gangues de rua. “Uma história baixa, surreal, esquisita”, afirma Bebianno.

Depois disso, o presidente teria dito que ele não seria mais o candidato à vice presidência e que já tinha iniciado conversa com Hamilton Mourão. Bebianno afirma ter questionado da decisão, sobre a possibilidade da chapa entre os dois “ficar muito militarizada” e Bolsonaro pediu que ele confiasse.

Bebianno afirma que foi ele quem deu a notícia a Luiz Philippe de Orleans e Bragança que ele não seria o escolhido. O ‘príncipe’ teria mostrado contrariedade com a notícia. Bolsonaro teria se esquivado de conversar com o Príncipe.

Ao fim do vídeo, Bebianno faz um desafio a Bolsonaro de passar por um detector de mentiras com ele. “Vamos ver quem está mentindo? Eu não aceito, seu cargo não lhe não lhe outorga poderes para atacar e denegrir a imagem das pessoas como tem feito”, criticou.

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