Economia

BC projeta inteligência artificial como conselheira financeira em um ‘superapp’

Segundo o plano da instituição, a IA serviria para ajudar quem ‘tem dificuldade’ com sistemas bancários

BC projeta inteligência artificial como conselheira financeira em um ‘superapp’
BC projeta inteligência artificial como conselheira financeira em um ‘superapp’
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Apoie Siga-nos no

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estuda aplicar inteligência artificial nos comandos do sistema tecnológico da instituição. 

Segundo ele, está em fase de desenvolvimento no BC um “superapp” para agregar todos os bancos em um único aplicativo. Neste caso, a ideia de Campos Neto é que o programa tenha um sistema de IA interativo para tirar dúvidas de usuários sobre sistemas como o Pix.

A declaração foi concedida nesta segunda-feira 4, em um evento do banco J.P. Morgan. 

A IA funcionaria como “um consultor financeiro de coisas básicas para as pessoas que ainda têm muita deficiência para programar seus pagamentos”, segundo Campos Neto. “Isso, junto com o integrador, vai fazer com que as pessoas consigam maximizar seu recurso e sua vida financeira”, afirmou.

O “superapp” deve ser lançado no final de 2024. 

Novidades no Pix

Questionado sobre o aumento de fraudes a partir do uso do Pix, Campos Neto avaliou que o problema nas operações criminosas envolve as contas “laranjas” e de “aluguel”.

Segundo ele, apesar de o sistema facilitar o rastreamento de transferências, a não identificação das contas gera dificuldades no combate aos crimes. Por isso, sugeriu que os bancos aperfeiçoem os sistemas de abertura de contas, a fim de impedir a criação de um “Pix laranja”. 

Divergência com o governo

No evento, Campos Neto também concedeu uma declaração que diverge da ideia do presidente Lula (PT) sobre uma moeda comum nas trocas comerciais entre países integrantes do Brics. 

O presidente do BC comentava o desenvolvimento de sistemas de pagamento transfronteiriços, com o Pix Internacional, quando defendeu que um sistema digital interconectado seria uma alternativa melhor em comparação com a criação de uma moeda.

“Para que a gente precisa de moeda única quando podemos fazer um sistema digital interconectado, em tempo real?”, questionou. “Para que abrir mão da sua política monetária quando todos os benefícios da moeda única eu consigo fazer de forma digital?”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo