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Barroso: ‘Não há dúvida de que Dilma não foi afastada por crime de responsabilidade ou corrupção’
‘Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história’


Durante o Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro, em que defendeu a adoção de um sistema ‘semi-presidencialista’ para o País a partir de 2026, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, reforçou que o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, se deu por razões unicamente políticas.
“Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas sim foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história“, afirmou Barroso.
Segundo o ministro do STF, no sistema ‘semi-presidencialista’ o presidente conduziria as relações internacionais, nomearia os emabaixadores, seria o comandante-em-chefe das Forças Armadas, indicaria os ministros de tribunais superiores e apontaria o primeiro-ministro.
“Porém, este primeiro-ministro depende de aprovação pelo Congresso Nacional. E será o primeiro-ministro quem desempenhará o papel de chefe de governo e conduzirá o varejo político da vida de um país”, explicou.
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