Banho de votos

As grandes confecções surfam na onda das toalhas politizadas e roubam mercado dos 'camelôs socialistas'

Mercado. Marco Antônio Ferraz reclama da concorrência. Saulo Adriel inova com o “DataToalha”. Já Antônio Lima queixa-se da crise. “Quem ganha salário mínimo tem condições de comprar carne?”, indaga - Imagem: Ronaldo Lages

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São quase 9 da manhã e Antônio Lima está preparado para mais uma jornada de trabalho na Freguesia do Ó, na Zona Norte da capital paulista. Em uma movimentada praça, o vendedor ambulante estende em um varal réplicas de bichos de pelúcia da Disney e camisetas de clubes do futebol. Os produtos costumavam ter boa saída, mas há tempos perderam a liderança no ranking de vendas. Agora, os itens mais disputados de seu varal são as toalhas estampadas com os rostos de Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula. Por módicos 30 reais, os eleitores aderem ao “banho politizado”, a mais nova febre de São Paulo – e de outras tantas capitais pelo Brasil afora.

Seguindo a tendência captada pelas pesquisas de intenções de voto, Lula tem sido um melhor garoto-propaganda do que o atual ocupante do Palácio do Planalto. Nem por isso o “marreteiro”, como o migrante cearense define o seu ofício, está com a vida mansa. “Antigamente, conseguia ganhar bem mais. Agora, trabalho só para comer, nem as dívidas consigo pagar”, lamenta Seu Antônio, que vive na Vila Brasilândia há 36 anos.

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