Bancos estão perdendo o monopólio e o poder, diz Bolsonaro sobre cartas pró-democracia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar as cartas e os manifestos de apoio à democracia e ao sistema eleitoral no País.

Em conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada nesta quinta-feira 28, ligou a mobilização de banqueiros e empresários a uma suposta reação à popularização do Pix.

“Você pode ver que esse negócio de ‘carta aos brasileiros pela democracia’ os banqueiros estão patrocinando. É o Pix, que eu dei uma paulada neles, e os bancos digitais também, que nós facilitamos. Nós estamos tirando o monopólio dos bancos, estão perdendo o poder”, alegou o ex-capitão. “Qual ameaça eu estou oferecendo à democracia?”

Manifestos pró-democracia articulados por lideranças empresariais e do meio jurídico ganharam ainda mais força com adesões como a da Federação Brasileira de Bancos.

Um dos documentos, organizado na Faculdade de Direito da USP, já supera as 100 mil assinaturas, incluindo de setores do agronegócio, segmento em que Bolsonaro tem forte apoio.

Outra reação aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e às instituições tem a articulação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Josué Gomes da Silva, por meio de um manifesto intitulado Em Defesa da Democracia e da Justiça, que recebeu na quarta 27 a adesão da Febraban.

O manifesto da Fiesp deve ser divulgado na próxima semana. Ele será lido em 11 de agosto, em evento na Faculdade de Direito da USP. No mesmo dia, outro ato público, no mesmo local, deve contar com a presença do ex-ministro do STF Celso de Mello, que lerá a Carta aos Brasileiros.

As cartas ganham tração dias depois de Bolsonaro reunir embaixadores em Brasília para repetir fake news sobre as urnas eletrônicas e atacar a Justiça Eleitoral. O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, estava presente.