Política

Bancada do PT acusa Eduardo Leite de se promover politicamente com documentário sobre enchentes

O partido protocolou uma representação junto ao MP pedindo a suspensão do filme sobre o desastre climático no Rio Grande do Sul

Bancada do PT acusa Eduardo Leite de se promover politicamente com documentário sobre enchentes
Bancada do PT acusa Eduardo Leite de se promover politicamente com documentário sobre enchentes
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O líder do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul , o deputado Miguel Rosseto, acionou o Ministério Público estadual contra um documentário produzido pelo governo Eduardo Leite (PSD) sobre as enchentes no estado.

O parlamentar alega que o documentário ‘Todos Nós por Todos Nós’, produzido pela Secretaria de Comunicação (Secom) do estado, retrata o governador como um herói diante o desastre climático ocorrido no ano passado, e que isso serviria de autopromoção a Leite, que pretende disputar as eleições presidenciais de 2026.

“O que se vê nitidamente é uma peça de publicidade cujo objetivo é promover nacionalmente a imagem do senhor governador com vistas a projetá-lo enquanto futuro candidato ao cargo de Presidente da República, e para tanto se beneficia da estrutura e dos parcos recursos financeiros do Estado que dirige”, diz a representação.

A bancada petista ainda dá destaque para o fato de que no filme, de 42 minutos e 14 segundos, Eduardo Leite aparece em 9 minutos e 2 segundos, o que corresponde a 21,83% do tempo da gravação.

“Por tal medida, possível se concluir de forma objetiva que o filme não é sobre o papel dos gaúchos perante a tragédia de maio de 2024 e nem sobre o papel do Governo do Estado nos fatos, mas para exaltar a participação de Eduardo Leite nos eventos”, diz o texto.

O pedido é para que o procurador recomende a suspensão da veiculação do documentário que tem seu trailer exibido nos cinemas do Rio Grande do Sul; e instaure uma uma investigação para apurar a prática de ato de improbidade administrativa devido ao uso de dinheiro público para fazer o filme.

Após o caso, o governo Eduardo Leite divulgou uma nota se defendendo das acusações, e justificando que a produção integra uma programação organizada pelo estado para marcar um ano da tragédia.

“Como prestação de contas e transparência do trabalho realizado, o documentário reúne depoimentos de pessoas da comunidade que viveram a tragédia, além de falas do governador, do vice-governador e de outros integrantes do governo que atuaram diretamente nas ações de enfrentamento e reconstrução do Rio Grande do Sul. As imagens mostram ainda outras lideranças, inclusive o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, diz um trecho do comunicado.

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