Política
Avanço da extrema-direita na Europa é um ‘perigo’ e serve de ‘alerta’, diz Lula na Suíça
Em conversa com jornalistas na Suíça, o presidente defendeu a articulação para prevalência da democracia e tratou do indiciamento de Juscelino Filho


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera que o avanço da extrema-direita na Europa é um perigo e serve de “alerta” para o Brasil.
Lula falou com jornalistas em Genebra, na Suíça, onde participa de um encontro realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Depois, o brasileiro parte para as reuniões do G7, na Itália.
“Eu tenho dito para todo mundo que nós temos um problema de risco da democracia como nós a conhecemos”, afirmou Lula, “porque o negacionista nega as instituições, ele nega aquilo que é o Parlamento, aquilo que é a Suprema Corte […] ou seja, são pessoas que vivem na base da construção de mentiras”.
Sobre o tema, Lula ainda comentou que acredita ser necessário “brigar” pela prevalência do regime democrático.
“Acho que é um perigo [o avanço da extrema-direita na Europa], mas acho que é um alerta também. As pessoas que têm sentido em respeitar a democracia, têm que brigar para que a democracia prevaleça na Europa, na América do Sul, na América Latina, na Ásia, em tudo o que é lugar”, afirmou o petista.
Recentemente, as eleições para o Parlamento Europeu mostraram que representantes da extrema-direita, agora, vão ocupar mais espaço na instância legislativa do bloco.
Na conversa desta quinta-feira 13, Lula também comentou sobre os temas que devem ser tratados no encontro do G7 – para o qual o Brasil foi convidado – que acontece na Itália.
“O G7 é uma reunião um pouco complicada, nós temos um espaço para falar. Os assuntos que eu quero falar são sobre democracia mesmo, sobre inteligência artificial, sobre desigualdade. São os assuntos que eu gosto de discutir em qualquer lugar que eu vou”, contextualizou.
Lula também foi questionado sobre o indiciamento do ministro Juscelino Filho (Comunicações). Para ele, “o fato do cara estar indiciado não significa que o cara cometeu o erro, significa que alguém está acusando e a acusação foi aceita”.
Ele disse, ainda, que precisa “que as pessoas provem que são inocentes”. “Ele [Juscelino] tem o direito de provar que ele é inocente. Eu não conversei com ele ainda, vou conversar hoje e vou tomar uma decisão sobre esse assunto”, afirmou.
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