Política

Autor do impeachment de Dilma anuncia apoio a Lula: ‘É fundamental salvaguardar o País’

A CartaCapital, Reale Júnior afirmou que os fatos a embasarem um impedimento de Bolsonaro ‘são muito mais graves’ que os registrados na queda da petista

Autor do impeachment de Dilma anuncia apoio a Lula: ‘É fundamental salvaguardar o País’
Autor do impeachment de Dilma anuncia apoio a Lula: ‘É fundamental salvaguardar o País’
Miguel Reale Júnior durante sessão da Comissão do Impeachment de Dilma Rousseff no Senado, em 2016. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior anunciou, nesta quarta-feira 21, seu apoio ao ex-presidente Lula (PT) na eleição deste ano. O jurista foi um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT) e endossava a candidatura de Simone Tebet (MDB).

Em contato com CartaCapital, ele ressaltou que a emedebista teria “condições pessoais e intelectuais de ter um grande mandato, mas não prosperou”. Diante disso, ponderou, “é fundamental para a vida brasileira que se elimine o mais rapidamente possível os riscos que se corre com a candidatura do Bolsonaro”.

Reale Júnior listou alguns dos motivos que o levaram a defender a vitória de Lula, como as discussões sobre risco de golpe e interferência das Forças Armadas na política, a falta de empatia por parte de Bolsonaro durante a pandemia e os elogios do ex-capitão a um torturador como Brilhante Ustra.

Segundo o jurista, uma derrota de Bolsonaro também será fundamental para promover o respeito à “pluralidade da sociedade civil”, interromper a “condescendência” com a destruição da Amazônia e encerrar a “discriminação contra populações indígenas”.

“Com todas as restrições que posso fazer a Lula e ao seu partido, essas questões fundamentais ele e o PT respeitarão”, declarou Reale Júnior. “Já votei no Lula contra o Collor, em 1989, em uma situação similar, e acho que estamos em um momento crucial de escolha. É fundamental salvaguardar o País.”

À reportagem, ele também criticou o fato de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ter se negado a dar prosseguimento a um dos mais de 140 pedidos de impeachment de Bolsonaro.

“Uma das falhas efetivas da nossa Constituição é atribuir ao presidente da Câmara esse poder excepcional. Eu teria uma proposta de que uma petição de 50% dos deputados levaria obrigatoriamente à abertura do inquérito inicial do impeachment.”

O ex-ministro reconheceu, por fim, que os fatos a embasarem um impedimento de Bolsonaro “são muito mais graves” que os registrados no processo que levou à queda de Dilma Rousseff, em 2016.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo