Política

Augusto Heleno acusa Moraes de ‘quebra da imparcialidade’ em recurso no STF

O general da reserva foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado por sua participação na trama golpista

Augusto Heleno acusa Moraes de ‘quebra da imparcialidade’ em recurso no STF
Augusto Heleno acusa Moraes de ‘quebra da imparcialidade’ em recurso no STF
"Punha Verde e Amarelo": o general Augusto Heleno chefiaria um gabinete golpista após o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. Foto: Carolina Antunes/PR
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O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva, Augusto Heleno, apresentou nesta segunda-feira 24 novos embargos de declaração contra a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal que condenou o militar a 21 anos de prisão por sua participação na trama golpista.

No documento, os advogados de Heleno acusaram o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, de causar “evidente prejuízo à defesa” ao assumir o protagonismo na formulação das perguntas. “Configurando quebra da imparcialidade necessária ao julgamento da presente demanda”, diz.

“É perceptível que a postura do ministro foi grave a ponto de comprometer o devido processo legal, sendo evidente e intuitivo o prejuízo ocasionado aos réus (…) formulou perguntas, para além daquilo que pode ser admitido a título de esclarecimento ou complementação”, registrou.

Além disso, a defesa afirmou que o colegiado não citou nenhuma ação do parte do réu. “Apenas se afirma que ele seria Ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Responsabilizá-lo somente por isso significa impor responsabilidade objetiva, o que torna o referido voto obscuro, pois dá a entender que, apenas pelo fato de ser Ministro, responderia por órgãos que estivessem vinculados a ele”.

Agora, cabe a Moraes decidir sozinho ou levar a questão para julgamento na Primeira Turma. Se o ministro considerar o recurso como meramente protelatório, pode determinar que o processo entre em trânsito em julgado.

Heleno foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado. Moraes destacou que Heleno manteve contato direto com Bolsonaro durante todo o período da conspiração e que sua posição de respeito nas Forças Armadas agravava sua culpabilidade.

A pena foi atenuada em alguns pontos pela idade superior a 70 anos, mas ainda assim considerada grave diante da liderança exercida na organização criminosa.

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