Política

Auditoria dos militares não identifica fraude na eleição, mas apresenta sugestões ao TSE

A Defesa reclamou, por exemplo, da baixa adesão de eleitores ao projeto-piloto com biometria nas urnas

Auditoria dos militares não identifica fraude na eleição, mas apresenta sugestões ao TSE
Auditoria dos militares não identifica fraude na eleição, mas apresenta sugestões ao TSE
Alexandre de Moraes e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Fotos: Antonio Augusto/TSE/AFP e Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O Ministério da Defesa encaminhou nesta quarta-feira 9 ao Tribunal Superior Eleitoral seu relatório de fiscalização das eleições de 2022. A auditoria dos militares não identificou qualquer fraude no pleito, mas, ao contrário do monitoramento de outras entidades, levantou especulações e apresentou uma série de recomendações.

O documento da Defesa alega, por exemplo, que a partir dos testes de funcionalidade, realizados por meio do teste de integridade e do projeto-piloto com biometria, “não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento”.

Trata-se de uma nova etapa do teste de integridade, aprovada pelo TSE em setembro. Ela depende, porém, de eleitores voluntários (no primeiro turno, foram 2.044).

A resolução avalizada pelo TSE previa que o projeto-piloto contemplaria entre 32 e 64 urnas de um total de 640 equipamentos submetidos aos testes de integridade. As urnas seriam testadas com a biometria em no mínimo cinco capitais e no Distrito Federal.

A auditoria também é dúbia ao mencionar suposta limitação na abertura oferecida pela Justiça Eleitoral. Diz, em um dos trechos, que “as ferramentas e os procedimentos disponibilizados pela equipe técnica do TSE para o trabalho das entidades fiscalizadoras não foram suficientes para uma análise técnica mais completa”.

Ao fiscalizar a totalização dos votos, a auditoria constatou “conformidade” entre os boletins de urna impressos e os dados disponibilizados pelo TSE, o que contraria uma das principais teorias conspiracionistas disseminadas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

O documento apresenta, por fim, “sugestões” para as próximas eleições, como a ampliação da participação de eleitores no projeto-piloto, o aumento no número de urnas selecionadas e uma “análise minuciosa dos códigos binários que efetivamente foram executados nas urnas”.

Em nota, o TSE afirma ter recebido “com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.

“As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas”, prosseguiu a Corte. “O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos.”

Leia a íntegra:

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