Atual diretor da Petrobras recebeu propina, dizem delatores

Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef acusam José Carlos Cosenza de ter recebido "comissões" de empreiteiras envolvidas no esquema

José Carlos Cosenza, diretor de Abastecimento da Petrobras, foi apontado como recebedor de "comissões" por parte das empreiteiras

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Sucessor de Paulo Roberto Costa e atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza é acusado pelos delatores do esquema de corrupção na estatal de ter recebido “comissões” de empreiteiras que faziam negócios com a companhia. Cosenza nega “veemente” a acusação.

Nos últimos dias, a Polícia Federal está colhendo depoimento dos presos na sétima fase da operação, deflagrada na sexta-feira 14, e questionou ao menos sete deles a respeito do pagamento de propina ao atual diretor da Petrobras – José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS, Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Ricardo Nogueira Breghirolli também da OAS, Alexandre Portela Barbosa, advogado da empreiteira, e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor da Área Internacional da construtora, Ildelfonso Colares Filho, diretor presidente da Queiroz Galvão, e Othon Zanoide de Moraes Filho, presidente da Vital Engenharia, ligada à Queiroz Galvão.

“Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mencionaram a existência de pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras , tendo como beneficiários além deles próprios, os diretores Duque, Cerveró e Cosenza, bem como alguns agentes políticos. Tem conhecimento destes pagamentos e de quem eram seus beneficiários”, questionou a PF.

Colares Filho disse que só teve uma reunião com Cosenza, após a saída de Paulo Roberto Costa da estatal, enquanto Moraes Filho afirmou que Cosenza participava de “quase todos” os encontros entre ele e Costa.

Costa e o doleiro Youssef foram os dois primeiros integrantes do esquema presos pela PF, ainda na primeira fase da Lava Jato, e assinaram acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal em troca de benefícios no cumprimento da pena. O primeiro era o “operador político” do esquema, e o segundo, o “operador financeiro”, de acordo com MPF.

Assim como Costa, Renato de Souza Duque e Nestor Cerveró, citados pela PF, são ex-diretores da Petrobras. O primeiro, apontado como ligado ao PT, ocupava a diretoria de Serviços da estatal, enquanto o segundo cuidava na diretoria Internacional. Cosenza, por sua vez, está atualmente no cargo e, além de diretor de Abastecimento, integra o Conselho de Administração da Petrobras.


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