Política
Atos antidemocráticos: Carlos Bolsonaro defende manifestações investigadas pelo STF
Vereador prestou depoimento à PF e negou que usa robôs para promover postagens
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) defendeu, neste domingo 20, os atos antidemocráticos que são investigados em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso fechou o cerco sobre deputados, youtubers e influenciadores bolsonaristas.
No Twitter, Carlos afirmou que “tentam qualificar a vontade popular como algo temerário”.
Atos antidemocráticos são meus ovos na goela de quem inventou isso! Milhares vão às ruas espontaneamente e devido a meia dúzia esculhambam toda a democracia. Tentam qualificar a vontade popular como algo temerário.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 20, 2020
Fazem este absurdo e ignoram atos de violência e depredação do patrimônio público e privado em outras manifestações. Atos estes apoiados por parlamentares e sabe-se lá quem mais, além de ignorar a trama de FAKENEWS já divulgadas pelas próprias palavras de certas pessoas.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 20, 2020
Sobre as manifestações, o vereador disse em depoimento à Polícia Federal que não produziu qualquer tipo de conteúdo que incitasse ataques ao STF, ao Congresso ou aos seus integrantes, e negou utilizar “robôs” para promover postagens.
Carlos foi ouvido como testemunha no dia 10, no Rio de Janeiro, no inquérito que apura a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.
À PF, Carlos afirmou que nunca utilizou verba pública para manter perfis em redes sociais e que não é “covarde ou canalha” para contratar “robôs” para difundir conteúdo e omitir essa informação.
No depoimento, Carlos contou que, entre 2010 a 2012, criou redes sociais diversas em nome de Jair Bolsonaro na tentativa de difundir as informações sobre o trabalho desenvolvido pelo seu pai.
O filho do presidente disse também que não participa da política de comunicação do governo, afirmou que apenas ajuda a divulgar em suas redes e na do pai os conteúdos de comunicação institucional da administração federal.
Ele disse que, como vereador, contratou José Matheus Salles Gomes para ajudá-lo nesse trabalho. Gomes hoje é lotado no Palácio do Planalto, no cargo de assessor especial, e faz parte do chamado “gabinete do ódio” – núcleo apontado como responsável por ataques a adversários nas redes sociais cuja existência foi revelada pelo Estadão em novembro do ano passado.
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