Numa eleição plebiscitária desde o primeiro turno, ter 4,2% da preferência do eleitorado ou menos de 5 milhões de votos de um universo superior a 125 milhões de votantes parece ser algo insignificante. A tese, no entanto, não vale para a senadora Simone Tebet, do MDB, que ficou em terceiro lugar numa disputa presidencial com alto grau de polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. Ao contrário, o desempenho de Tebet encaixa-se muito mais em jargões utilizados no mundo político, de que ela saiu maior do que entrou na disputa e que perdeu eleitoralmente, mas, politicamente, foi vitoriosa.
A campanha da senadora foi marcada por pequenas conquistas desde o nascedouro, passando pela performance elogiosa nos vários debates de televisão, até o protagonismo que ocupou no segundo turno, ao aderir e atuar de forma intensa no palanque do ex-presidente Lula. “Não é porque as coisas são difíceis que a gente não tem de lutar. As batalhas e as dificuldades existem para serem superadas. As vezes que mais ganhei na minha vida foi quando eu perdi. A gente luta para ganhar sim, só que tão importante quanto a chegada, já dizia Guimarães Rosa, é o caminhar. A gente planta boas sementes para uma colheita coletiva”, resume Tebet, em uma recente entrevista.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login