Política

Atitudes de Rodrigo Janot são “inaceitáveis”, diz Augusto Aras

Novo procurador-geral da República afirmou que declarações de Janot não podem manchar imagem do Ministério Público

Atitudes de Rodrigo Janot são “inaceitáveis”, diz Augusto Aras
Atitudes de Rodrigo Janot são “inaceitáveis”, diz Augusto Aras
O procurador-geral da República, Augusto Aras. Foto: Isac Nóbrega/PR
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O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que as atitudes do seu antecessor Rodrigo Janot são “inaceitáveis” e acrescentou que “os erros de um único ex-procurador” não devem prejudicar a imagem do Ministério Público Federal (MPF). A declaração foi dada em nota divulgada por Aras neste sábado 28.

“O Ministério Público Federal é uma instituição que está acima dos eventuais desvios praticados por qualquer um de seus ex-integrantes. O procurador considera inaceitáveis as atitudes divulgadas no noticiário a respeito de um de seus antecessores”, disse a nota. Aras foi empossado em 26 de setembro pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A posição de Aras ocorre dois dias depois de Janot revelar à imprensa que planejou assassinar a tiros o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A história é narrada no livro “Nada menos que tudo”, que deve ser lançado nos próximos dias.

O procurador disse que sua filha, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, foi alvo de mentiras de Gilmar após o então procurador pedir que o ministro fosse afastado do julgamento do empresário Eike Batista.

Janot argumentava que a esposa de Gilmar, Guimar Mendes, trabalhava no escritório de advocacia de Batista. O ministro do STF teria devolvido as acusações afirmando que a filha de Janot atuava em escritório que defendia a empreiteira OAS.

Após a revelação do plano homicida de Janot, o STF autorizou uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-procurador em Brasília. A Corte proibiu Janot de portar armas de fogo e de visitar o tribunal.

Na sexta-feira 27, Gilmar afirmou que estava “surpreso” com as declarações de Janot e o recomendou ajuda psiquiátrica. Além disso, colocou dúvidas sobre os processos conduzidos pelo ex-procurador no âmbito da Operação Lava Jato.

“Lamento que o ex-chefe da PGR tenha sido capaz de cogitações homicidas por divergências na interpretação da Constituição. É difícil não imaginar os abusos cometidos ao acusar e processar investigados. Seguirei firme na defesa das liberdades individuais e do Estado de Direito”, escreveu o magistrado nas redes sociais.

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