Política

Associação entra com notícia-crime no STF contra Bolsonaro no caso Marielle

Para ABI, o presidente obstruiu as investigações ao pegar as gravações do condomínio que autorizaram a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Valdenio Vieira / PR)
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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou uma notícia-crime ao STF contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta obstrução às investigações do atentado que resultou na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O caso terá como relator o ministro Alexandre de Moraes, segundo informação do UOL.

A decisão é baseada em uma afirmação feita pelo presidente de que ele pegou as gravações da portaria de seu condomínio no Rio de Janeiro com objetivo de atestar que não autorizou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz, um dos suspeitos do crime no local. Bolsonaro negou que tenha adulterado o material. Carlos Bolsonaro também publicou no Twitter a relação de áudios da portaria no dia da morte de Marielle e Anderson.

Na notícia-crime, a ABI afirma que Bolsonaro e filho “acessaram, em data ainda imprecisa, por meios impróprios, elementos probatórios de uma investigação criminal sigilosa e em andamento, os quais poderiam elucidar o iter criminis percorrido pelos principais suspeitos do assassinato”.

A associação pede que a conduta do presidente e seu filho sejam investigadas. “É imperioso verificar quando e de que modo ocorreu o acesso” às gravações da portaria, e também se a Polícia Civil já havia realizado a coleta e perícia dos áudios, “o que até o momento segue sem razoáveis esclarecimentos”.

No início do mês, o PT também entrou com a mesma ação judicial contra Bolsonaro. O partido cobra do presidente do STF, Dias Toffoli, a busca e apreensão do material e a execução de perícia para checareventuais alterações nas provas.

O nome de Bolsonaro foi atrelado ao caso depois que um dos porteiros do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, disse à Polícia que no dia 14 de março, data em que Marielle e Anderson foram assassinados, o ex-PM Élcio de Queiroz afirmou, inicialmente, que iria à casa de Bolsonaro, mas se dirigiu à residência de Ronnie Lessa, acusado de ter sido o autor dos disparos contra Marielle e Anderson Gomes.

À época, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que o porteiro havia mentido no depoimento ao afirmar que “Seu Jair” autorizou a entrada de Élcio de Queiroz para a casa registrada com o nome do presidente.

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