Política
As novas táticas de Boulos para virar o jogo em São Paulo, a seis dias da eleição
O candidato do PSOL promete rodar por toda a cidade em busca de votos para superar Ricardo Nunes (MDB)


O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, anunciou que vai visitar todas as regiões da cidade na semana de reta final de campanha. O objetivo, segundo ele, é conversar “olho no olho” com eleitores para garantir “viradas” de votos na disputa contra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
A seis dias das eleições, Boulos disse que não vai retornar para casa até a votação do próximo domingo. Até lá, vai dormir nas residências de eleitores em diferentes pontos da cidade e tentará conversar com indecisos e até mesmo com pessoas de orientação política diferente da dele.
“Muitas vezes, a gente sabe, essas pessoas têm receios para apostar na mudança no segundo turno. Com essa carta, queremos dialogar com cada um e cada uma: não precisam ter medo. Dialogar com cada um e cada uma sobre tantas e tantas mentiras que acabaram deixando as pessoas com a pulga atrás da orelha, pela baixeza e pelo nível dos ataques que sofremos nessa eleição”, afirmou.
Em pronunciamento nesta segunda-feira junto à sede da Prefeitura, na região central da cidade, o candidato leu um documento que chamou de “Carta ao Povo de São Paulo” (leia a íntegra no fim deste texto). Ele prometeu, se eleito, criar o “Gabinete na Rua”, um projeto para visitar os bairros e discutir situações com as populações locais.
“Nós sabemos que a maior parte do nosso povo quer mudança. Isso se expressou nas urnas no primeiro turno, não só pelos que votaram na gente, mas nos que votaram em outros candidatos que não o atual prefeito”, afirmou, em mais um aceno ao eleitorado de Pablo Marçal (PRTB).
Por várias vezes no discurso desta segunda, Boulos citou o nome da candidata a vice, Marta Suplicy (PT), que foi prefeita de São Paulo, em gestão marcada por avanços para os moradores de regiões periféricas, como a criação do Bilhete Único. O psolista tenta conquistar esse público.
“Muitas vezes nós da esquerda deixamos de falar com tanta gente que também batalha, sofre o dia-a-dia das periferias e que buscou encontrar sua própria forma de ganhar a vida. A periferia mudou. Você, mulher, que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso. Você, jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção, sabe disso. Você que pega um carro e dirige a cidade toda como motorista de aplicativo sabe disso. Muitas vezes nós deixamos de falar com vocês”, reconheceu o candidato em trecho do documento.
Veja na íntegra a carta lida por Boulos nesta segunda-feira:
CARTA-AO-POVO-DE-SÃO-PAULOApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
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