Economia

As críticas de Hugo Motta ao pacote do governo para substituir o aumento do IOF

O presidente da Câmara avaliou a proposta diante de uma plateia formada por empresários

As críticas de Hugo Motta ao pacote do governo para substituir o aumento do IOF
As críticas de Hugo Motta ao pacote do governo para substituir o aumento do IOF
Os ministros Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann e Geraldo Alckmin ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos). Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu um recado claro à equipe econômica do Governo Federal: a proposta de aumentar o Imposto de Renda de aplicações financeiras, como alternativa à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), não será bem recebida no Congresso.

Na terça-feira 10, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad anunciou que o governo pretende cobrar 5% de imposto de renda de investimentos hoje isentos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito Agrícola (LCAs) – títulos de renda fixa emitidos por bancos privados para financiar projetos nas duas áreas.

Em evento com empresários organizado pelo grupo Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria, Motta dançou conforme a música: defendeu cortes de gastos e criticou a busca do governo por maior arrecadação.

“Eu já comuniquei à equipe econômica que as medidas anunciadas devem ter reação muito ruim; não só dentro do Congresso como no empresariado. Quando você parte para trazer taxação de títulos isentos e que ajudam a fomentar o agronegócio e o setor imobiliário, esses setores irão reagir”, disse Motta, aplaudido pelos empresários no evento.

Motta chegou a falar que o País pode chegar a um ‘estágio de ingovernabilidade’ em caso de novos aumentos das despesas obrigatórias – mais uma vez para deleite dos empresários no auditório.

“Apresentar ao setor produtivo que apresentar qualquer solução que venha a trazer aumento de tributos e impostos sem o governo apresentar o mínimo ‘dever de casa’ do ponto de vista do corte de gastos, isso não será bem aceito pelo setor produtivo nem pelo Poder Legislativo, e isso tem sido registrado por muita franqueza de quem quer ajudar o Brasil”, afirmou, fazendo um autoelogio.

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