Armas e crédito extra podem ser as próximas derrotas do governo

Falta de articulação com legislativo pode minar força das principais propostas do governo

(Foto: Marcos Corrêa/PR)

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Jair Bolsonaro não parece estar tranquilo para a semana. Isso porque, na quarta-feira 12, o Senado pode derrubar os decretos das armas, e o Congresso tem até o dia 15 para aprovar o crédito extra de R$ 248 milhões para o governo.

As expectativas não são favoráveis ao presidente. O projeto do crédito complementar ainda precisa passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) para somente depois ir à votação.

Segundo a equipe econômica do governo, a autorização do Congresso é fundamental para garantir o pagamento de subsídios e benefícios assistenciais sem descumprir a chamada regra de ouro, que impede a emissão de dívida para pagar despesas correntes, como salários.

O governo tem pressa para ver a proposta aprovada. A expectativa do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, é de que o Congresso vote a matéria até o dia 15 de junho, caso contrário o Plano Safra 2019/2020 também será afetado, uma vez que, sem crédito garantido, não pode sequer ser anunciado.

Nas redes sociais, Bolsonaro argumentou que a oposição trabalha para “inviabilizar o pagamento de beneficiários do Bolsa Família, idosos com deficiência, Plano Safra e PRONAF”.


O problema, no entanto, não é da oposição – pelo menos para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que criticou no sábado 08 a demora do governo em votar a PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) 4.

Decreto das armas sob pressão

Depois de diversos pedidos de sustação aos decretos do governo que flexibilizaram o acesso a armas, a questão volta ao debate na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, que discute a viabilidade constitucional do texto.

O cenário no Plenário, no entanto, é desfavorável aos decretos 9685/19 e 9797/19, que dizem, respectivamente, sobre posse e porte de armas por civis. A pauta é uma das promessas de campanha mais polêmicas de Bolsonaro, e o risco já deixa a base governista preocupada com a possibilidade de mais uma derrota perante o legislativo.


*Com Agência Brasil

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