Política

Arma de fogo pode garantir a liberdade no futuro, diz Bolsonaro em convenção do PL

Às vésperas da campanha eleitoral, o ex-capitão decidiu intensificar o discurso armamentista

O presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Mauro Pimentel/AFP
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o armamento da população, em meio ao receio de violência política durante o processo eleitoral deste ano.

Ele participou, nesta sexta-feira 29, da convenção do PL em Goiás que chancelou as candidaturas de Major Vitor Hugo ao governo estadual e de Wilder Morais ao Senado.

“Só com o pessoal CAC [Colecionadores, Atiradores e Caçadores] nós passamos de 350 para quase 700 mil no nosso governo. A arma de fogo na mão do cidadão de bem é a garantia que ele pode dar à sua família, e pode lhe garantir a liberdade no futuro”, afirmou o ex-capitão.

Às vésperas da campanha eleitoral, Bolsonaro decidiu intensificar o discurso armamentista. O número de pistolas de fogo liberadas pela Polícia Federal cresceu 170% no País desde o início do atual governo. Ao todo, a gestão Bolsonaro já editou pelo menos 43 normas para facilitar a compra de armas e de munição pela população. Armamentos de maior calibre também foram liberados.

No ano passado, foram registradas 108 mil novas pistolas, quase três vezes mais do que em 2018, com 40 mil novos armamentos. Os dados foram contabilizados pela Folha de S. Paulo

Em meio a esse cenário, a Polícia Federal classificou as medidas de Bolsonaro que visam facilitar o acesso e a circulação de armas de fogo no Brasil como “um retrocesso’”. A posição de resistência a uma das principais bandeiras políticas do presidente consta de pelo menos oito documentos enviados pela PF ao Congresso. Os textos, que não eram de conhecimento público até então, foram obtidos pela agência de notícias Reuters por meio da Lei de Acesso à Informação.

Apesar da resistência ao descontrole de armas no País, a PF concedeu um “apoio com ressalvas” às medidas de Bolsonaro, conforme os documentos.

Enquanto isso, os CACs se articulam para, a partir de 2023, formar uma bancada no Congresso. Em todo o País, há 34 pré-candidaturas a deputado federal, senador e governador de nomes ligados à Associação Proarmas, a mais representativa da classe. Para os legislativos estaduais e distrital, há mais 23 nomes sendo preparados.

Além disso, as 673.818 pessoas cadastradas como CACs (até 1º de julho] já superam os 406 mil policiais militares da ativa que atuam em todo o Brasil. Também formam um contingente mais numeroso do que o efetivo de 360 mil homens das Forças Armadas.

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