Argentina e Bolívia pediram nesta quinta-feira 11 que a Organização dos Estados Americanos não interfira nos assuntos internos de seus membros, reivindicando o direito de cada país escolher seu sistema sem interferências externas ou “ameaças”, no momento em que a entidade se prepara para discutir um projeto de resolução sobre a Nicarágua.
As declarações, em nível de chanceleres, foram dadas no segundo dia da Assembleia-Geral, reunião hemisférica anual que acontece nesta semana em formato virtual, tendo a Guatemala como anfitriã.
“Temos que recuperar na OEA a capacidade de pactuar soluções baseadas no respeito à soberania e na igualdade dos Estados-membros”, disse o chanceler argentino, Santiago Andrés Cafiero. Já o Canadá declarou que a organização não deve apenas “continuar olhando” para os problemas da região. “Precisamos agir”, ressaltou a chanceler Mélanie Joly, referindo-se às eleições na Nicarágua.
O Canadá apresentou ontem um projeto de resolução em seu nome e em nome de Estados Unidos, Chile, Costa Rica, Equador, República Dominicana, Uruguai e Antígua e Barbuda, para solicitar ao Conselho Permanente que realize “uma avaliação coletiva imediata, a ser concluída até 30 de novembro, e que tome as medidas cabíveis” contra o governo Ortega.
Daniel Ortega venceu as eleições de domingo contra cinco candidatos desconhecidos de direita, acusados de colaborar com o governo, e depois de afastar da disputa oponentes que poderiam ofuscá-lo.
O representante da Nicarágua, Michael Campbell, atacou Ottawa hoje e afirmou que as eleições foram livres. “A Nicarágua se respeita”, insistiu.
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