O discurso do chanceler Ernesto Araújo na cerimônia de formatura dos jovens diplomatas do Instituto Rio Branco, nesta sexta-feira 3, foi marcado por passagens inusitadas.
Em pouco mais de doze minutos, Araújo chorou em vários momentos. Embargou a voz ao falar que ‘nem tudo serão’ rosas na vida dos formandos. Também defendeu uma diplomacia ‘com sangue nas veias’, e que os novos membros do Itamaraty se engajem em uma política externa diferente, ‘que escape ao mundo repetitivo e fechado dos tautólogos’.
“Vivemos num círculo fechado, em que qualquer tentativa de correlacionar fatos é imediatamente chamada de teoria da conspiração”, reclamou.
O primeiro-ministro também rebateu críticas à atuação do governo brasileiro na intentona de Juan Guaidó contra o governo Maduro na Venezuela. “A absoluta falta de ideais em relação à Venezuela me espanta, especialmente por parte da imprensa e de comentaristas. Mas essa nossa política externa não recua nem na milionésima crítica”, disse, segurando as lágrimas.
Terminou o discurso citando uma passagem bíblica, comparando o presidente Jair Bolsonaro a uma pedra que, outrora rejeitada, se tornou a base de uma construção.
“A pedra que a mídia rejeitou, que os intelectuais rejeitaram, que tantos artistas, que tantos autoproclamados especialistas rejeitaram… Essa pedra se tornou a pedra angular do ‘edifício de um novo Brasil’, esse raio vívido de amor e esperança que à terra desce.”
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