Política

Aras rejeita pedido de Moro para investigar em conjunto possível interferência de Bolsonaro na PF e na Abin

O ex-ministro também havia solicitado que o diretor da agência, Alexandre Ramagem, prestasse novo depoimento

O procurador-geral da República, Augusto Aras. Foto: Roberto Jayme/TSE
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, recusou pedido do ex-ministro da Justiça Sergio Moro para que o diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, prestasse novo depoimento no inquérito que investiga possível interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Moro também havia solicitado que esta apuração fosse realizada em conjunto com a investigação de suposta ingerência do presidente na Abin.

Segundo Aras, no entanto, o caso Abin é distinto do que envolve a PF e já é objeto de apuração preliminar pela Procuradoria-Geral da República. A suspeita envolvendo a Abin se centra na acusação de que o órgão produziu relatórios para a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha de salários, protagonizado pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira 12, Aras argumenta que, se forem encontradas irregularidades no episódio que envolve a agência, a PGR demandará a instauração de mais um inquérito.

Em dezembro, matéria publicada pela revista Época apontou que os advogados de Flávio receberam orientações expressas da Abin para “melhor conduzir” a defesa do senador diante de denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro que o acusa, entre outros crimes, de formação de quadrilha e peculato.

No mesmo mês, veio a informação de que Ramagem teria enviado relatórios clandestinos diretamente a Flávio para ajudá-lo no caso da rachadinha, de acordo com a revista Crusoé.

O inquérito sobre a relação entre Jair Bolsonaro e Polícia Federal foi instaurado a partir de acusações de Moro. Ao deixar o cargo de ministro da Justiça, em abril do ano passado, ele afirmou que o presidente tentou interferir no órgão por meio da demissão de Maurício Valeixo do posto de diretor-geral, a fim de proteger aliados e familiares.

Desde dezembro, a estratégia dos advogados de Moro é relacionar a ligação entre Abin e Flávio Bolsonaro à acusação de ingerência de Bolsonaro na PF, já que Ramagem era justamente o escolhido do presidente para ocupar o posto de diretor-geral da corporação.

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