Política
Aras emite nota para negar ‘alinhamento sistemático’ a Bolsonaro
O PGR contestou o relatório da Transparência Internacional divulgado nesta semana
O procurador-geral da República, Augusto Aras, tentou nesta quarta-feira 25 se afastar das acusações de “alinhamento sistemático” ao governo de Jair Bolsonaro, um dia após a divulgação do relatório Retrospectiva 2021, da ONG Transparência Internacional.
O Brasil caiu duas posições no ranking mundial da percepção da corrupção e passou a ocupar o 96º lugar, a 3ª pior marca em sua série histórica.
A Transparência Internacional menciona “alinhamento sistemático da PGR com o governo Bolsonaro, com retração sem precedentes na função de controle constitucional dos atos do governo e desmobilização do enfrentamento à macro corrupção”.
Em nota à imprensa, Aras alega que o relatório “repete informações e ilações apresentadas pela ONG na edição passada”.
“O procurador-geral repudia essa nova tentativa irresponsável da ONG de atribuir a ele um resultado que apresenta alto grau de subjetividade, visto que trata de percepção, e reitera o compromisso de respeito às leis e ao devido processo legal no exercício do mandato que é de natureza jurídica, e não de viés político”, diz ainda o texto da PGR.
O índice de percepção de corrupção é feito a partir da análise de dados, pesquisas e avaliações de especialistas. É elaborado desde 1995, mas teve uma padronização metodológica em 2012 que permitiu traçar uma comparação histórica a cada ano.
O Brasil alcançou 38 pontos, em uma escala de 0 a 100. Esse desempenho coloca o País abaixo da média global, que é de 43 pontos, e abaixo da média da América Latina e Caribe (41 pontos). Também é inferior à marca dos BRICS, que foi de 39 pontos, e inferior à média do G-20, que teve 54 pontos.
O ranking da percepção de corrupção é liderado por Dinamarca e Finlândia, empatadas com 88 pontos.
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